O dólar opera em baixa forte, reagindo ao fortalecimento do presidente Jair Bolsonaro no primeiro turno da eleição presidencial, que será disputada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 30 de outubro. A melhora dos índices futuros das Bolsas de Nova York, que sobem em bloco, além da redução das perdas dos mercados acionários europeus na esteira de fortes altas do petróleo ajudam a enfraquecer a moeda americana ante divisas emergentes e ligadas a commodities, como o real.
As bolsas europeias e o euro recuam menos, após um baque nas ações mais cedo com temores sobre uma reestruturação do banco Credit Suisse e após os últimos PMIs de manufatura da Europa reforçarem preocupações com recessão em meio à escalada da inflação e expectativas de alta fortes de juros pelo Banco Central Europeu. O petróleo disparava, com altas entre 4,5 e 5%
Na zona do euro, o PMI industrial caiu em setembro a 48,4, seu menor patamar em 27 meses. Já no Reino Unido, o PMI subiu no mês passado, mas ficou bem abaixo da barreira de 50 que indica contração na atividade.
Após sofrer um tombo de 21% ao longo de setembro, a ação do Credit caía mais 7,5% nos negócios da manhã em Zurique. O banco planeja anunciar uma reestruturação, quando apresentar seu balanço trimestral. Também no Reino Unido, a bolsa recua, mas a libra ganha força ante o dólar, após o governo da primeira-ministra Liz Truss surpreender ao desistir de eliminar um tributo de 45% sobre o imposto de renda dos mais ricos.
Em Nova York, os índices futuros das bolsas operam sem direção única nesta manhã, sugerindo uma recuperação parcial dos mercados à vista, em meio a um salto nas cotações do petróleo. O EWZ, principal fundo de ETF de ações brasileiras, disparava 4,62% por volta das 8h52 no pré-mercado, a US$ 31,00, refletindo a reação no exterior do resultado do primeiro turno das eleições no Brasil.
No início desta manhã, com 99,99% das urnas apuradas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha 48,43% dos votos e Jair Bolsonaro (PL), 43,20%. A pouca diferença entre os dois candidatos surpreendeu analistas, uma vez que pesquisas de intenções de voto mostravam larga vantagem para o candidato petista.
Às 9h34, o dólar à vista caía 2,27%, a R$ 5,2723. O dólar para novembro recuava 2,27%, a R$ 5,3070.
Estadão Conteúdo