Por ordem da juíza María Eugenia Capuchetti, a Polícia Federal argentina prendeu neste domingo (4) à noite Brenda Uliarte, namorada de Fernando Andrés Sabag Montiel, brasileiro que tentou disparar uma arma contra a vice-presidente argentina Cristina Kirchner, de acordo com informações do jornal Clarín.
Segundo a publicação, apesar de Uliarte ter dito publicamente que não havia visto Sabag dois dias antes do atentado, imagens de câmeras de segurança mostraram que eles estiveram juntos no dia do episódio. Em declarações anteriores, ela havia se declarado “desconcertada” pelo ocorrido.
Agora a Justiça trabalha com a suspeita de que Sabag não agiu sozinho. A juíza decretou sigilo sobre o caso.
Também de acordo com informações do Clarín, a mesma juíza ordenou neste domingo (4) que um suposto amigo do brasileiro preste depoimento. Identificado como Mario, o homem fez declarações ao canal de televisão Telefé e afirmou que a “intenção [do brasileiro] era matá-la, mas infelizmente ele não ensaiou antes”.
A polícia identificou Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos com antecedentes criminais como o homem que tentou atirar contra o rosto da vice-presidente da Argentina quando ela chegava em casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, na quinta-feira (1º). Em março de 2021, Sabag já havia sido detido portando uma faca de 35 centímetros, no bairro de La Paternal, onde supostamente morava.
Essas ações, segundo a publicação argentina, buscam esclarecer se o brasileiro agiu de forma premeditada.
Sabag foi preso na noite de quinta, logo após tentar disparar contra Cristina. Imagens mostram a vice-presidente sendo saudada por uma multidão de apoiadores ao sair do carro quando ele se aproxima a menos de 1 metro dela com uma pistola.
Segundo a imprensa argentina, o brasileiro estava com touca e máscara, e teria saído correndo depois de tentar atirar, mas foi seguido por cinco pessoas, permitindo aos agentes o identificarem.
Capuchetti foi à sede da Polícia Federal argentina para colher o depoimento de Sabag na sexta-feira (2), mas ele se recusou a ser interrogado, segundo a imprensa local.
A vice-presidente contou sua versão do caso pela manhã, em casa, que ela transformou numa espécie de quartel-general nas horas após o crime. Segundo o jornal argentino La Nación, ela relatou não ter se dado conta de que uma arma havia sido apontada perto de seu rosto, só percebendo o que acontecera ao chegar em casa.
Em um ambiente de acirramento e comoção política, será retomado nesta segunda (5) o julgamento por suspeita de corrupção contra a vice-presidente e outras 12 pessoas.
Cristina é acusada de favorecimento, quando era presidente, na concessão de licitações para a realização de obras públicas. A audiência desta segunda vai ouvir Héctor Garro, ex-diretor de obras públicas na região de Santa Cruz.
No processo, o Ministério Público Fiscal argentino disse ter comprovado a existência de uma associação ilícita, entre 2003 e 2015, que tinha no topo de seu funcionamento os chefes de Estado.