De segunda a sexta, os treinos que começam por volta das 17 horas podem durar até as 22 horas… Já o fim de semana é dedicado aos amistosos e jogos treinos. Aos 18 anos, Amanda é o orgulho dos amantes de futebol da comunidade da Maísa, zona rural de Mossoró.
“Pequenininha, eu jogava com os meninos no meio da rua… Desde aí minha paixão por bola já começou. Ai quando vim morar na zona rural começaram a montar um time feminino aqui. Ai eu fui me destacando, e graças a Deus está dando tudo certo”.
Estre mês veio a oportunidade de conhecer a estrutura e a comissão técnica de um dos maiores clubes de futebol feminino do país veio este mês. A jogadora potiguar passou duas semanas em observação no Real Brasília, uma das grandes forças do país.
“Foi uma experiência incrível que eu nunca tinha vivido. Tudo era novidade. E não tenho foto por que não tinha tempo a perder, estava focada em treinar”.
O time de Brasília conheceu Amanda depois que um amigo da direção do clube viu os vídeos dela nas redes sociais, que claro, está repleto de jogadas e gols. Foram 15 dias no clube do Distrito Federal, e nem mesmo a inexperiência por nunca ter treinado num clube fez Amanda passar despercebida.
Ela recebeu elogios da equipe técnica. O ponto positivo mais destacado pelo treinador foi “a força de vontade de correr atrás [] A experiência foi válida, até mesmo pra ela saber o nível em que ela está. O Real abriu as portas para que fosse feita a avaliação e quem sabe em um próximo momento daria certo.”.
Rotina de dedicação
Amanda trabalha na parte de limpeza de uma madeireira na comunidade rural onde mora. Tentar ser profissional tem um preço que é a rotina puxada que às vezes até impede de ir à aula: “eu acordo às 6 horas da manhã para ir para o trabalho, e volto às 11 horas para casa. Ai às 5 horas da tarde sai para treinar. Volto do treino nove horas, quase 10 horas da noite… mas sou bastante elétrica”.
O sonho verde e amarelo
E se você perguntar à jovem mossoroense por que quer ser tanto ser jogadora de futebol, a resposta vem em forma de música: “Vi minha mãe chorar/ por não ter uma condição melhor/ meu pai se esforçar/ com determinação e suor// Vou ser campeão/ mostrar pro mundão quem que sou eu”
O espírito de luta e se manter sempre motivada são características comuns nas jogadoras que chegaram lá. É o caso da jogadora de Riacho de Santana, zagueira do Levante da Espanha e da Seleção Brasileira, Antônia Silva.
A potiguar que foi campeã da Copa América, ainda celebra a nova convocação para a Seleção, e deu um tempinho na preparação da pré-temporada, para mandar um recado especial:
O recado de uma das melhores zagueiras do país vai servir de motivação para mais treinos. Amanda agora se prepara para um torneio de futebol feminino que vai acontecer em setembro na comunidade rural da Maísa. Vontade de vencer não vai faltar, até por que a fome de vitória das mulheres ultrapassa os limites do campo.