Ruas esburacadas, com mato alto e escuridão. Essa é a descrição de grande parte das vias onde estão instaladas dezenas de fábricas na área que compreende o Distrito Industrial de Macaíba, ao longo da margem da BR 304. O cenário favorece a insegurança e se tornou rotina a ocorrência de furtos, assaltos e tentativas de arrombamentos nos empreendimentos, inclusive com troca de tiros, apesar de, recentemente, com presença mais efetiva do policiamento ostensivo, os casos terem diminuído consideravelmente. Os empresários ainda mantêm o apelo por melhorias na infraestrutura do polo industrial.
“Isso gera mais expectativa de que nós não tenhamos determinados tipos de problemas, mas, indiscutivelmente, há uma necessidade gritante de infra-estrutura no Distrito Industrial. Iluminação pública está diretamente relacionada à segurança e praticamente não existe nas vias de acesso. A pavimentação é outra necessidade. Tem uma rua que para um carro se movimentar 500 metros, demora meia hora em dias de chuva”, relata o empresário Sandro Maia, vice-presidente da vice-presidente da ASPIRN (Associação das Empresas dos Polos Industriais).
O Distrito Industrial de Macaíba é formado por dois centros ambos às margens da BR 304. O primeiro, é o Centro Industrial Avançado José Alencar (CIAJA) que foi criado em 1997 e administrado pelo Governo do Estado. Divide 200 hectares entre diversas atividades industriais com 46 empresas e dispõe ainda de terrenos disponíveis para implantação de equipamentos e serviços de apoio necessários ao funcionamento da área, como Unidade do Corpo de Bombeiros, água tratada com a coleta de esgoto pela Caern e Gás Natural. Possui também uma Unidade de Tratamento de Efluentes.
“A doação das áreas às empresas é feita em contrapartidas. O empresário tem obrigação de construir e gerar empregos, ou a área retorna para o Estado. Foi assim que retomamos 19 áreas no ano passado e 23 empresas foram para lá gerando 3.300 empregos”, explicou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Sílvio Torquato.
“As demais vias estão recebendo serviços de manutenção e limpeza constante, desde 2020, através de convênio com a Secretaria de Administração Previdenciária (SEAP), que conta com a prestação de serviços de internos privados de liberdade que estão aptos a participar do programa”, pontuou.
A participação do Governo em todo o distrito industrial se dá por meio da concessão de incentivos fiscais (Proedi), fornecimento de infraestrutura e atendimento às demandas específicas. “São problemas de segurança, despesas e falta de pavimentação. A associação das empresas também faz um trabalho junto aos parlamentares para que destinem emendas. No CIA, a infraestrutura está pronta com água, gás natural, esgotamento sanitário e estrutura de drenagem. Tem uma estação de tratamento feita com investimentos de R$ 10 milhões”, pontuou o titular da Sedec/RN. O Município isenta as empresas das taxas de IPTU e de ISS no período da construção.
Já o Centro Industrial Avançado II, foi criado em 1998 pelo município e tem regras diferentes. Lá estão 20 empresas em 55 hectares. É gerido pela Prefeitura de Macaíba, mas teve assessoria do Governo do Estado para a sua estruturação no início de 2000. Seus lotes são doados à empresa beneficiária após 15 anos de atividade. Na região há empresas e fábricas avulsas que não estão na área demarcada para os centros, mas integram o polo industrial.