O Rio Grande do Norte vem registrando um aumento significativo de casos confirmados de covid-19 nos últimos dias. Em 5 de junho, a média móvel daquela semana foi de 83,3 casos. Já na semana seguinte, esse número subiu para 246,5. O aumento representa 195,9%.
O dia recente com maior número de casos registrados foi em 10 de junho, com 442 casos. Os dados constam nos boletins epidemiológicos diários divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).
De acordo com o infectologista Kleber Luz, o motivo para esse aumento é a queda na imunidade da população. “Após quatro meses da vacina, os anticorpos das pessoas começam a cair. E aí elas ficam mais suscetíveis à contaminação”, explicou.
O especialista reforçou a importância da atualização do esquema vacinal, uma vez que o controle da covid, assim como de outras doenças virais respiratórias, só é possível com a vacinação completa de pelo menos 85% da população.
“Nunca é bom ter a circulação do vírus, pois há a potencialidade dele desenvolver as formas mais graves nos grupos vulneráveis. Felizmente a gente tem a vacina. Tenho visto muitos pacientes dizendo que só tomaram apenas duas doses, achando que está tudo bem. Mas não está. É bom tomar todas as doses. A principal medida agora [para evitar o avanço da contaminação] é atualizar o esquema vacinal, seguindo as recomendações das autoridades de saúde”, explicou o médico.
Apesar do aumento de casos no estado, o infectologista pondera que a situação não é desesperadora e estima que, dessa vez, as medidas restritivas sejam menos radicais do que em picos anteriores da doença. “De fato, se registra um aumento significativo do número de casos positivos. Todavia, não se tem observado um aumento de mortes ou de casos graves. Isso é bom. A expectativa é de que as medidas restritivas, hoje, sejam menos radicais em razão da vacina”, disse o médico.
A Sesap reforça a importância da continuidade do esquema vacinal contra a covid-19, principalmente a aplicação da terceira e quarta dose. “O desafio, no momento, é avançarmos para o segundo reforço de pessoas acima de 50 anos e trabalhadores da saúde, como também primeiro reforço para os adolescentes a partir de 12 anos. O reforço é a garantia de uma proteção ampliada”, disse Kelly Lima, coordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria.
Atualmente o RN tem 49 leitos, entre clínicos e UTI, disponíveis para Covid e 39 ocupados, além de 25 bloqueados (por falta de insumos ou profissionais). Outros 11 estão ocupados por pacientes não-Covid. No auge da pandemia, o estado chegou a ter mais de 400 leitos de UTI e com lotação de 100%.
Questionada sobre a possibilidade de reabertura de leitos, a Secretaria de Saúde do Estado informou que não está sendo necessária no momento, mas segue monitorando.