Parada, obra na Av. Jerônimo Câmara prejudica comerciantes e moradores

Foto: Ney Douglas

Um problema em um local de alta circulação em Natal comemora aniversário todos os anos desde a Copa do Mundo de 2014: as obras na Avenida Jerônimo Câmara. O serviço de macrodrenagem seria para evitar alagamentos na capital potiguar durante o período da competição, mas de lá para cá, benefícios não chegaram, apenas transtornos.

Recentemente, o assunto voltou a ser destaque por causa das reclamações de comerciantes e moradores da região, assim como de quem passa pela avenida, como o presidente da OAB-RN, Aldo Medeiros: “De quem é esta obra? A Copa do Mundo de 2014 ainda não chegou à Av. Jerônimo Câmara. A obra então prometida persiste inacabada. O maior destaque é uma cratera na pista da esquerda, altura da Ceasa, campeã de danos nos veículos que lá transitam”, reclamou o advogado nas redes sociais.

Getúlio Cordeiro Lima mora na avenida e sofre com o abandono da obra, que também gera congestionamentos constantes. “A ‘buraqueira’ está grande, acaba com a roda do carro. Já apelamos para várias instituições e nada é resolvido”, lamentou ele, em entrevista ao Agora RN. “É um ‘lamaceiro’ só nesse período de chuva”, completou Josefa Gisele, de 48 anos.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra, antiga Semov) informou que a empresa que executava as obras no local, a empreiteira Queiroz Galvão, paralisou o trabalho em junho de 2021, ou seja, há um ano nada é feito para dar prosseguimento ao serviço.

“O maior problema é a intransigência da empresa em retomar a obra. Inclusive já ocorreu a comunicação ao Ministério [do Desenvolvimento Regional] e agora o caso será tratado pela Procuradoria do Município”, afirmou o titular da Seinfra, secretário Carlson Gomes.

No ano passado, a construtora alegou que a suspensão da obra foi causada por atraso de pagamentos e outras questões contratuais – algo que foi negado pela gestão municipal.

A obra do túnel custou aos cofres públicos R$ 146 milhões. O valor total, de R$ 211 milhões, era para ser pago em duas etapas. No entanto, como já citado, a empresa parou na primeira. Entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018, os serviços ficaram parados por falta de estudos ambientais.