No cenário nacional, a Fiocruz aponta que 14 unidades da Federação apresentam mais de 80% da população vacinada com a primeira dose e 18 apresentam mais de 70% com a segunda dose. Entretanto, esses percentuais não são homogêneos por faixa etária, e mudam conforme a idade do brasileiro, notaram os pesquisadores.
Na análise do boletim realizada pela instituição, os especialistas da Fiocruz detalham que, hoje, há cobertura vacinal contra covid-19 de 63,9% na faixa etária de 55 a 59 anos, 57,9% na de 50 a 54 anos, 52,8% de 45 a 49 anos.
Ainda de acordo com os pesquisadores, conforme a idade vai diminuindo, o nível de vacinação também diminui. De 40 a 44 anos, o percentual é de 49,8% e vai para 44,7% de 35 a 39 anos, 40,3% de 30 a 34 anos, 35,5% de 25 a 29 anos, 30,4% de 20 a 24 anos, e 25,2% de 18 a 19 anos.
Em relação à terceira dose, nas faixas etárias acima de 65 anos, a cobertura está acima de 80%. Mas a quarta dose dos imunizantes foi aplicada em 17% da população com mais de 80 anos. Nas crianças entre 5 e 11 anos, 60% tomaram a primeira dose e 32% estão com esquema vacinal completo, informaram os pesquisadores.
Na prática, os técnicos da Fiocruz destacam, no boletim, que mesmo após mais de um ano de vacinação, a cobertura vacinal em todos os Estados continua bastante heterogênea.
“É importante reconhecer que a ampliação da vacinação, priorizando especialmente regiões com baixa cobertura e doses de reforço em grupos populacionais mais vulneráveis, pode reduzir ainda mais os impactos da pandemia sobre a mortalidade e as internações”, afirmam os técnicos, no boletim.
Para os especialistas, “o cenário atual ainda é motivo de preocupação”, apontam no boletim. “A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente”, explicam.
Além disso, os pesquisadores alertam que, no momento, ocorre falta de incentivo do uso de máscaras como medida de proteção coletiva; e não obrigatoriedade do uso do passaporte vacinal.
Assim, na prática, a vacinação é o único recurso de proteção efetivo contra a covid-19 no país atualmente.
Em contrapartida, não ocorre, no momento, uma explosão de número de óbitos pela doença — o que só comprova eficácia dos imunizantes.
Os pesquisadores informaram que, nas últimas três semanas, de 24 de abril a 14 de maio, foram registrados cerca de 16 mil casos e 100 óbitos diários, o que corresponde a uma taxa de letalidade de 0,7%, os menores valores estáveis desde o início da pandemia, no começo de 2020.
g1