O partido Solidariedade deve se reunir, hoje ou amanhã, para definir oficialmente entre o ex-vice-governador Fábio Dantas e o ex-prefeito Brenno Queiroga, quem será o candidato a governador do Estado com apoio de outros partidos de oposição. Segundo o ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, a oficializarão desse nome será na próxima terça-feira (19). Candidato com mais de 106 mil votos nas eleições de governador em 2018, Brenno Queiroga já havia se colocado para concorrer ao cargo, outra vez, no fim do ano passado. “Como o nosso partido já tinha chapas para deputados, federal e estadual, e nunca ocupou um cargo no governo, sempre foi oposição, tínhamos independência para fazer uma caminhada política”, disse ele.
Brenno Queiroga afirma ter percorrido mais de 30 mil quilômetros em pelo menos 60 municípios, sempre sabendo das dificuldades de consolidação de outros candidatos, “devido o cenário individual de cada um deles”. Segundo ele, agora, na reta final em que não surgiram outros nomes dentro dos outros partidos, apareceu essa perspectiva com o apoio do ex-ministro Rogério Marinho a uma pré-candidatura de Fábio Dantas: “Nós tivemos uma conversa, Fábio ventilou a possibilidade de aglutinar em torno do nomes dele partidos de oposição e as principais lideranças do Estado, feito isso, trazia essa perspectiva pra gente discutir”.
“Essa construção se define até no máximo segunda-feira (18), vamos fazer uma reunião com todos os membros do partido e apresentar os prós e os contras e de uma forma bem construtiva e propositiva, pensando no bem-estar do povo do Rio Grande do Norte, tomaremos a decisão mais conveniente”, confirmou.
Mas, “falando com o coração”. Brenno Queiroga declarou que tem um grande projeto para o Rio Grande do Norte: “Não falo com interesse pessoal, se a gente fosse pensar em interesses pessoais, estaria defendendo o meu nome, estou aqui para ajudar o Estado, implementar um plano de desenvolvimento, gerar empregos e começar a melhorar a vida do povo”. Na sua própria avaliação, Queiroga diz que tem “não só uma estratégia eleitoral, mas também uma estratégia administrativa e política para o Estado”, porém, caso se verifique dentro da construção do Solidariedade, que “é interessante a aglutinação de todas essas forças de oposição pra ter mais chance de vitória, abraçaremos a causa do partido, que é consequentemente a causa do Rio Grande do Norte”.
Para Queiroga, o nome de Fábio Dantas também surgiu como uma alternativa para a disputa do governo, “porque tem uma ligação muito forte com Rogério Marinho, já têm um relacionamento antigo, e de certa forma Rogério já vinha encabeçando essa consolidação dentro outros partidos de oposição”.
Mas, ele lembra que “oposição de verdade” vinha fazendo o Solidariedade, que abriu a CPI da Covid-19 na Assembléia Legislativa, que indiciou a governadora Fátima Bezerra (PT). “Nada pessoal contra Rogério Marinho, mas não temos uma ligação mais forte como os dois têm, provavelmente era mais interessante e iniciaram essa construção, que estamos discutindo no partido”.
Com relação as restrições políticas colocadas publicamente pelo prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), de não apoiar Fábio Dantas, o ex-prefeito de Olho d’Àgua dos Borges disse que não tinha como avaliar, “porque não sei de fato a motivação”, mas pelo que ouviu nos bastidores, que o prefeito apoiaria o seu nome ao invés de Dantas “em hipótese alguma”.
Caso não venha a ser indicado como eventual candidato a governador às eleições de outubro, Brenno Queiroga admitiu que não pensou em disputar outro cargo eletivo, porque acha ter um perfil mais para o Executivo, além de ter sido prefeito de um município da região Oeste, atuou em consultorias em mais de 70 municípios, tendo, ultimamente, atuado como auxiliar do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (SD).
“Particularmente, minha vida é planejar, executar e entregar, gosto dessa pegada de resolver, mas se for uma missão para o projeto do partido, não me furto a assumir outra candidatura”, embora considere muito importante um mandato legislativo.
“Às vezes o povo não dá tanta importância para o legislativo, mas o legislativo é quem bota o país ou o estado pra frente ou é quem puxa pra trás”, disse Queiroga, que concluiu: “Se tiver um legislativo ruim, nada acontece, se tiver um legislativo bom, às vezes o governo nem é bom, mas as coisas começam a acontecer”.