O presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve várias conversas com o indicado para presidir a Petrobras, Adriano Pires e ficou acertado que a estatal não modificará o seu sistema de preços a partir da nova gestão, que será oficializada em 13 de abril de 2022. Atualmente, a Petrobras considera no cálculo a variação dos preços internacionais e a cotação do real frente ao dólar.
O presidente da República teve conversas reservadas com Adriano Pires nas últimas semanas. Bolsonaro estava insatisfeito com o ainda atual chefe da estatal, o general Joaquim Silva e Luna, que recentemente aplicou um aumento expressivo nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha.
Nas conversas com Pires, o presidente da República ouviu que seria inviável tentar mudar a política de preços da estatal. O estatuto social da companhia terá de ser seguido à risca. Bolsonaro entendeu e assim será.
Bolsonaro também ouviu nos últimos dias uma pergunta: “Deseja virar o Lula?”. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem dito de forma recorrente que, se eleito, mudará a política de preços da Petrobras. Se sinalizar nessa direção, o presidente teria sua imagem misturada à do adversário. Bolsonaro se convenceu disso.
O caminho a ser seguido é preparar a Petrobras para ser privatizada e aumentar a competição no mercado brasileiro. Essa tem sido a posição pública de Adriano Pires – que é articulista do Poder360 e em 2021 defendeu abertamente a venda da estatal. Bolsonaro concorda e num eventual 2º mandato quer conduzir a estatal para a privatização. Sabe que esse é um projeto que demora para ser maturado, mas essa será a direção.