Em uma carta divulgada pelo Vaticano, o papa emérito Bento XVI pediu desculpas por casos de violência sexual contra crianças cometidas por clérigos, mas voltou a negar que tenha acobertado padres que cometeram abusos quando ele era arcebispo em Munique, na Alemanha.
“Em todos os meus encontros com vítimas de abuso sexual por parte de padres, percebi em seus olhos as consequências de uma grande culpa e aprendi a entender que nós mesmos caímos nessa grande culpa quando a negligenciamos ou quando não a enfrentamos com a necessária decisão e responsabilidade, como aconteceu e acontece muitas vezes”, continuou em sua carta.
O relatório publicado na Alemanha sobre os abusos sexuais de menores nos arcebispados de Munique e Freising afirma que o então cardeal Ratzinger teria sido informado dos ataques cometidos pelo padre Peter Hullermann. Após o relatório alemão ser publicado pela primeira vez, Bento XVI reconheceu ter estado em uma reunião em 1980 sobre um caso de abuso sexual enquanto era arcebispo de Munique, dizendo ter informado erroneamente aos investigadores alemães que não estava lá.
Na época, o secretário pessoal do papa emérito, o arcebispo Georg Ganswein, disse que a omissão foi resultado de um descuido na edição da declaração e não má-fé. Na carta, Bento XVI diz que “para mim, provou-se profundamente doloroso que esse descuido tenha sido usado para lançar dúvidas sobre minha veracidade e até me rotular de mentiroso”.
Conselheiros
Em documento também divulgado pelo Vaticano na terça (8), conselheiros do papa emérito rejeitam as acusações expressas no relatório. “Quando era arcebispo, o cardeal Ratzinger não estava envolvido em tentativas de ocultar abusos”, dizem. (Com Agências Internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.