Em artigo da Gazeta do Povo dessa quarta-feira (2), foi destacado que estamos no terceiro ano da pandemia de Covid-19. Do uso obrigatório de máscaras aos passaportes de vacinação, as restrições governamentais às nossas liberdades permanecem em vigor. Entretanto, pelo menos nos EUA, a era dos lockdowns que limitavam os americanos às suas casas para “retardar a propagação” acabou.
Infelizmente, uma nova meta-análise de estudos mostra que toda a dor e sacrifício que sofremos com essas imposições não teve muito resultado – apesar de seus enormes custos.
A nova revisão de pesquisa foi liderada pelo economista Steve Hanke e publicada pela Universidade Johns Hopkins. Ele avaliou 24 estudos relevantes examinando o rigor do lockdown, o impacto das campanhas para que o povo não saísse de casa e a eficácia de restrições específicas. A meta-análise conclui que “os lockdowns tiveram pouco ou nenhum efeito na mortalidade por Covid-19”.
Por que a ordem de permanecer em casa não combateria efetivamente a pandemia? Bem, até certo ponto ela simplesmente atrasa o inevitável. Além disso, pesquisas mostraram que a maior parte da disseminação do Covid-19 ocorreu em casa.
“As microevidências contradizem o ideal de saúde pública em que as famílias seriam locais de confinamento solitário e transmissão zero”, concluiu Casey B. Mulligan, economista da Universidade de Chicago. “Em vez disso, as evidências sugerem que ‘os domicílios apresentam as taxas de transmissão mais altas’ e que ‘os domicílios são ambientes de alto risco para a transmissão de [Covid-19]’”.
“Estudos de índice de rigor descobriram que os lockdowns na Europa e nos Estados Unidos reduziram a mortalidade por Covid-19 em apenas 0,2%, em média”, conclui sua nova pesquisa. “[Ordens para que os cidadãos permanecessem em casa] também foram ineficazes, reduzindo a mortalidade por Covid-19 em apenas 2,9%, em média. Estudos específicos (sobre restrição não farmacêuticas) também não encontraram evidências amplas de efeitos visíveis na mortalidade por Covid-19.”
No entanto, os custos dessas medidas draconianas não foram mínimos. Elas devastaram a economia, agrediram a classe trabalhadora, alimentaram uma crise de saúde mental juvenil, levaram a overdoses recordes de drogas, pioraram uma onda de crimes, atrasaram tratamentos médicos que salvam vidas e muito mais.
Quando se trata de políticas de lockdown, a “cura” provou ser muito mais prejudicial do que útil.