Governadores de oposição acusam o Banco do Brasil (BB) de dificultar empréstimos a estados administrados por forças políticas contrárias ao presidente Jair Bolsonaro.
O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), afirmou que o estado estava conversando com o Banco do Brasil sobre um empréstimo, mas houve desistência por parte da instituição. Segundo ele, “há ingerência política”.
“Alagoas fez contato com o banco. Nós já temos operações anteriores bem-sucedidas que o estado paga rigorosamente em dia, de maneira que essa boa experiência colocou o banco na condição de oferecer um novo empréstimo. Aprovamos uma lei na Assembleia Legislativa para termos autorização legal e, depois, o banco desistiu sem uma razão aparente.
O governador de Alagoas é filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que foi relator da CPI do Covid. Ele é um dos maiores críticos de Bolsonaro no Senado e opositor de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara e aliado do presidente.
Renan Filho conta que decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para liberar os recursos porque acredita que o estado tem direito ao empréstimo.
“O estado entrou no STF justamente porque temos um espaço fiscal garantido pelo Tesouro, essa operação de crédito é importante para impulsionar os investimentos em Alagoas e fazer frente a essa crise econômica que afeta o Brasil e que aqui a gente vem superando com o maior volume de investimentos da história”, afirmou.
Na Bahia, pedido de crédito há um ano
Em nota, Banco do Brasil disse que o assunto está judicializado e irá se manifestar nos autos. Porém, afirmou também que a análise da proposta de crédito de Alagoas “seguiu estritamente os parâmetros técnicos”.