O governador Ronaldo Caiado (UB) voltou a pedir o fim das “saidinhas” de presos como uma das medidas necessárias para combater o avanço da criminalidade no País. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, de São Paulo, na última segunda-feira (5), o chefe do Executivo goiano lembrou que “bandido faccionado não tem medo de lei e que pessoas de altíssima periculosidade são autorizadas a passar sete dias fora e matam”.
Durante a entrevista, conduzida pelos apresentadores Marco Antônio Sabino e Vitor Lupato, Caiado citou que Goiás não concedeu o benefício de forma ampla e assegurou, via monitoramento, o retorno de todos os presos. Por outro lado, levantamento realizado a partir de informações das secretarias estaduais mostrou que, no Natal, 56.924 presos tiveram o benefício concedido pela Justiça em 18 unidades da federação. Destes, 2.741 não regressaram, ou seja, 4,8% do total.
Em Belo Horizonte (MG), um policial foi morto por um detento beneficiado pela “saidinha”.
O governador defendeu um enfrentamento corajoso das facções criminosas.
“Tem governadores que não governam 25% do seu território. E com isso as pessoas sofrem. Elas deixam de acreditar no Estado, e isso abre espaço para o estado paralelo. O Estado Democrático de Direito deve dar ao cidadão autonomia, direito de ir e vir e respeito”, afirmou ele, ressaltando a necessidade de reforçar os serviços de inteligência e dar autonomia às polícias.
Resultados
O bate-papo tratou ainda dos resultados da política de austeridade e investimentos na segurança pública em Goiás. Num comparativo entre 2018 e 2023, Caiado destacou que assaltos a bancos e ocorrências de Novo Cangaço foram zerados e houve queda acima de 80% em latrocínios e roubos.
No caso de homicídios, a redução foi superior a 50%. Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam que, se em 2018 foram registrados 2.117 homicídios, em 2023 o número caiu para 1.042.
O governador também citou a queda de outros tipos de delitos: roubos a transeunte (-83%), roubos a comércio (-81,8%), residência (-75,9%), carga (-90,6%) e propriedades rurais (-81%). “Se não tiver coragem de dar às polícias o comando para agir no processo, não resolve o problema. Só passa pano”, arrematou ele, elogiando o desempenho das forças policiais goianas.
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