Nesta quinta-feira, uma decisão inesperada foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, anunciando a liberação do agente da Polícia Federal Paulo Rocha Gonçalves Júnior, mais conhecido como Paulão, de suas funções na corporação para que ele possa assumir um posto na Presidência da República. A portaria que formalizou a mudança foi assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli.
A nomeação de Paulão para um cargo na Presidência da República representa uma mudança significativa em sua carreira, já que ele ficou conhecido por seu papel como carcereiro durante parte do período em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve detido em Curitiba.
Durante o período de prisão de Lula, Paulão integrou a equipe de revezamento responsável pela segurança do ex-presidente em sua cela, localizada no último andar da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Essa proximidade permitiu que os dois estabelecessem um relacionamento próximo, e nos fins de semana, quando Lula não podia receber visitas, os dois conversavam sobre uma variedade de assuntos, desde política até programas de televisão, como foi revelado pela colunista do GLOBO, Bela Megale.
No ano seguinte, entretanto, Gonçalves Júnior foi removido para trabalhar em uma missão em outra cidade, o que à época foi interpretado por aliados de Lula como uma possível retaliação por parte da cúpula da Polícia Federal. Em resposta, a corporação informou à colunista Bela Megale que “a Superintendência do Paraná tem que apoiar operações na fronteira do Estado, e os policiais de Curitiba estão prestando apoio nesse momento em caráter temporário”.
A nomeação de Paulão para um cargo na Presidência da República em Brasília marcará um novo capítulo em sua carreira, e a natureza de suas futuras responsabilidades no governo ainda é objeto de especulação. No entanto, a proximidade e o relacionamento prévio com o ex-presidente Lula certamente gerarão interesse e debate público sobre seu novo papel no cenário político brasileiro.