Foto: Reuters/Paulo Whitaker
No resultado mais baixo para o mês de fevereiro em 17 anos, fevereiro terminou com 129,9 mil veículos vendidos, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
O número corresponde a uma queda de 1,9% frente a fevereiro do ano passado, que já tinha sido fraco em razão das maiores restrições de oferta daquele período. Na comparação com janeiro, cujos resultados também decepcionaram as montadoras, a queda foi de 9,1%.
Os números foram divulgados nesta quinta-feira (2) pela Fenabrave, a entidade das concessionárias de automóveis, e retratam o esfriamento da demanda em meio ao contexto de crédito mais caro e restrito.
O calendário com apenas 18 dias de venda, dada a parada no feriado de Carnaval, e as fortes chuvas em São Paulo, maior mercado do país, também contribuíram ao fraco desempenho.
Desde 2006, quando tinham sido licenciados 127,9 mil veículos no mesmo mês, não se registrava um fevereiro tão baixo.
O presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, considerou positivo, porém, as vendas no segmento de leves (carros de passeio e utilitários leves) terem caído apenas 8,2% na passagem de janeiro para um mês com quatro dias de venda a menos.
“Isso se deve ao fato de que, aos poucos, o setor tem conseguido encontrar o equilíbrio entre a oferta de produtos e a demanda dos consumidores”, afirmou Andreta Jr., referindo-se à melhora na disponibilidade de carros no mercado.
Embora os gargalos de produção venham gradualmente diminuindo, dada a distensão na crise de fornecimento de componentes eletrônicos, as vendas esbarram agora nos juros mais altos, endividamento das famílias e baixo crescimento econômico.
Apesar disso, a variação do volume acumulado desde o início do ano segue positiva, com 272,7 mil unidades comercializadas em janeiro e fevereiro, 5,4% acima dos dois primeiros meses de 2022.
CNN Brasil