Foto: Juan Carlos Cruz/AFP
A operação para prender Ovidio Guzmán, filho do narcotraficante Joaquín “El Chapo” Guzmán e um dos líderes do Cartel de Sinaloa, no Noroeste do México, na quinta-feira deixou 10 militares e 19 criminosos mortos, informou o governo mexicano nesta sexta-feira. Outros 35 soldados foram feridos por arma de fogo e estão recebendo atendimento hospitalar, enquanto 21 suspeitos foram presos.
— Dez militares (…) infelizmente perderam a vida no cumprimento do dever — disse à imprensa o secretário de Defesa mexicano, Luis Cresencio Sandoval, afirmando que “também foram registradas 19 mortes de infratores”.
Um coronel que comandava um batalhão de infantaria está entre os mortos, depois que sua patrulha foi atacada durante os ataques sofridos pelos militares na cidade de Culiacón após a captura de Guzmán — um dos herdeiros do império do tráfico de droga deixado pelo pai, preso nos Estados Unidos. Segundo Sandoval, que acompanhou o presidente Andrés Manuel López Obrador em sua entrevista coletiva diária, “não há informações sobre nenhum civil inocente que tenha perdido a vida”.
Foto: Juan Carlos Cruz / AFP
O presidente, por sua vez, afirmou que “tudo está sendo feito” para que Culiacán volte à normalidade e também defendeu a atuação das forças de segurança, dizendo que “agiram com responsabilidade para cuidar da população”.
— À população de Sinaloa enviamos nossa solidariedade, nosso apoio para que possam recuperar a normalidade o mais rápido possível — acrescentou López Obrador.
A violência em Culiacán teve início na quinta-feira, após a prisão de Guzmán. Supostos integrantes do grupo criminoso conhecido como Los Chapitos causaram caos na capital e em outras cidades, com incêndios, tiroteios e estradas bloqueadas. Os aeroportos mais importantes de Sinaloa foram fechados, bem como algumas rodovias.
Em meio à ofensiva, também foram atingidos um avião de passageiros — momentos antes da decolagem — e duas aeronaves da Força Aérea Mexicana. Os aviões oficiais “tiveram que fazer um pouso de emergência, apesar de terem recebido um número significativo de impactos”, disse o secretário de Defesa. Nenhum desses incidentes deixou alguém ferido.
O narcotraficante já havia sido preso em 2019, mas foi solto horas depois diante da escalada da violência, semelhante à vista na quinta-feira. O caos lembrou o “Culiacanazo”, como ficaram conhecidas as 24 horas de terror vividas na região após a primeira detenção de Ovidio Guzmán.
A prisão do filho de El Chapo, conhecido como El Ratón, de 32 anos, ocorreu três dias antes da chegada ao México do presidente dos EUA, Joe Biden, e do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. A situação evidencia a crise de violência no país na semana em que a equipe de Biden foi vista preparando os detalhes do esquema de segurança para a sua visita.
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