Mais de 12 milhões de pessoas são infectadas anualmente com sífilis em todo o mundo. Os dados são da Organização Mundial de Saúde e apontam para uma pandemia silenciosa de uma das infecções sexualmente transmissíveis mais antigas da humanidade. Implementado desde 2017, o Projeto “Sífilis Não” vem atuando fortemente para transformar esse cenário. Entre as diversas ações está a elaboração de um teste com a potencialidade de realizar o diagnóstico com maior eficácia e com um custo menor, facilitando a utilização na rede básica de saúde e totalmente integrada com o ecossistema tecnológico do Ministério da Saúde.
O teste é resultado de mais uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) em parceria com a Universidade Johns Hopkins, Baltimore, nos Estados Unidos, e a Universidade de Coimbra, em Portugal. Todo o trabalho de pesquisa foi validado, recentemente, por meio da publicação do artigo científico “Desenvolvimento de um método baseado em voltametria cíclica para a detecção de antígenos e anticorpos como uma nova estratégia para o diagnóstico de sífilis” (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36498280/), no International Journal of Environmental Research and Public Health, periódico internacional de relevância em pesquisas na área de saúde.
Por meio de uma metodologia inovadora, o novo teste para diagnóstico da sífilis poderá ser utilizado também para detecção de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), como o HIV. Outro aspecto importante diz respeito ao custo-benefício em relação aos métodos tradicionais, facilitando a sua utilização na atenção básica. De acordo com o professor Lúcio Gama, pesquisador da Universidade Johns Hopkins, os testes diagnósticos atuais para sífilis dependem de reagentes e máquinas que são caros e devem permanecer em um laboratório.
A publicação do artigo é a validação, pela comunidade científica, de todo o processo estudado e elaborado pelos pesquisadores que estão ampliando o recrutamento de novos pacientes para a testagem. “Os próximos passos são ajustes para avaliar a sensibilidade especificidade do teste e a elaboração do dossiê solicitando o registro desse novo dispositivo junto a Anvisa”, explicou o pesquisador do LAIS, Leonardo Lima. Além do registro na Anvisa, o teste também conta com o pedido de depósito de patente internacional.
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