Antes de ser confirmado, Jean Paul discursou sobre estatal: “Defendi a Petrobras com todas as ferramentas legais”

O senador do Rio Grande do Norte, Jean Paul Prates (PT), foi escolhido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da Petrobras. O rumor, que já vinha circulando desde a vitória do presidente petista, foi “cravada” pela jornalista Ana Flor, do G1, nesta quinta-feira (22), minutos antes de Lula anunciar novos nomes do futuro ministério. Além de Jean Paul, Flor confirmou também o senador Alexandre Silveira (PSD) no Ministério das Minas e Energia – que era outro cargo que Prates poderia assumir.

Vale lembrar que o desenho para Jean Paul assumir a Petrobras já vinha sendo feito há algumas semanas. Primeiro, o Governo eleito encaminhou a mudança na legislação que poderia, segundo alguns, impedir a posse de Jean Paul na Petrobras. Era preciso mudar o artigo que impedia que políticos que foram candidatos nos últimos três anos, assumissem cargos de direção em estatais.

DESPEDIDA

Além disso, nesta quarta-feira (21), na véspera do anúncio, o senador Jean também se despediu da atividade parlamentar com um discurso no Plenário do Senado Federal. Jean falou sobre o trabalho na Casa e foi parabenizado pelos colegas parlamentares por sua atuação nos últimos quatro anos. “Sentimento de dever cumprido. Não vou dar adeus, porque vou voltar sempre”, disse.

“O primeiro sentimento é de satisfação por poder estar aqui nesta Casa representando o Rio Grande do Norte, servindo ao nosso povo à altura do que esperavam. A esse Rio Grande do Norte que me acolheu tão bem, tenho certeza que retribuí com toda a dedicação e foco nesses quatro anos de mandato”, declarou o líder da Minoria durante a fala na tribuna do Senado.

O parlamentar lembrou ainda que destinou R$ 137 milhões em emendas que chegaram a todos os municípios do estado potiguar. Foi dinheiro direcionado para a saúde, educação, esporte e qualidade de vida, assistência social, agricultura, mobilidade, desenvolvimento e outros setores.

Jean lembrou ainda da atuação na regulação de setores de energias de nível nacional, em diferentes governos, bem como do trabalho enquanto secretário de Energia do Rio Grande do Norte no governo de Wilma de Faria. “No Senado, também defendi a Eletrobras, defendi a Petrobras com todas as ferramentas legais”, acrescentou.

VALOR DE MERCADO

É bem verdade que desde que começou a ser citado como potencial presidente, Jean Paul Prates seria o responsável por causar uma queda no valor de mercado da estatal. Na terça-feira (20), reportagem do jornal Gazeta do Povo apontou que a Petrobras entrou no foco do mercado quando, “na última semana, nomes petistas como o ex-ministro Aloísio Mercadante e o senador Jean Paul Prates começaram a ser cotados para presidir a estatal”.

Em apenas um dia, as ações da petrolífera despencaram 9,8%, com uma perda de R$ 30 bilhões. Depois, Mercadante acabou confirmado para presidir o BNDES, mas o estrago já estava feito.

 

 

Portal 96 FM