Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo
A participação da economia informal no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu neste ano e voltou ao padrão pré-pandemia. O Índice de Economia Subterrânea (IES) aumentou pelo segundo ano consecutivo, para 17,8% do PIB, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Com o crescimento, atividade econômica subterrânea passou a movimentar R$ 1,7 trilhão, o que equivale a economia da Suécia. No ano passado, a informalidade representou 17,4% do PIB brasileiro. “Depois da crise de 2015 e 2016, a dinâmica do mercado de trabalho é predominante informal”, afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista do Ibre/FGV e um dos responsáveis pelo estudo.
De fato, o crescimento da economia subterrânea dialoga com a deterioração do emprego no País. Passada a fase mais aguda da pandemia de coronavírus, os números do mercado de trabalho melhoraram, mas boa parte desse alívio se deu com o aumento de trabalhadores informais. “Neste ano, houve uma recuperação muito forte do emprego formal, mas a informalidade dominou”, afirma Barbosa Filho.
Em 2020, influenciado pelas restrições impostas para garantir o isolamento social – à época, consideradas essenciais pelos especialistas em saúde para evitar uma maior propagação do coronavírus -, o índice caiu a 16,6%. “A queda foi intensa porque houve todas as condições para o sufocamento da atividade informal”, diz Edson Vismona, presidente do ETCO.