Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar Volodymyr Zelensky e a forma como o líder ucraniano está conduzindo a guerra contra a Rússia. Em entrevista à Fox Radio nesta sexta-feira (21), Trump afirmou que não considera essencial a presença de Zelensky nas negociações de paz.
“Não acho que seja muito importante que ele esteja nas reuniões”, declarou Trump. “Está lá há três anos. Ele faz com que seja muito difícil fechar acordos.”
As declarações surgem em meio a um período de tensão crescente entre os governos dos EUA e da Ucrânia. Nesta semana, autoridades americanas e russas se reuniram na Arábia Saudita para discutir possíveis soluções para o conflito, sem a participação da Ucrânia, o que gerou insatisfação em Kiev.
Em outro trecho da entrevista, Trump questionou a capacidade de negociação de Zelensky, afirmando que ele “não tem cartas” para jogar no processo diplomático. “Estou observando há anos e o vejo negociar sem cartas. Ele não tem cartas. E você fica enjoado disso. Você simplesmente fica enjoado disso. E eu estou farto”, disse o presidente americano.
Trump também argumentou que o líder russo, Vladimir Putin, poderia tomar toda a Ucrânia “se quisesse”, mas que está disposto a negociar. “Ele quer fazer um acordo, e ele não precisa fazer um acordo, porque se quisesse, ele ficaria com o país inteiro”, afirmou.
Além disso, O presidente americano também acusou Biden e Zelensky de falharem na diplomacia e de não evitarem a guerra antes da invasão russa em 2022. “Putin poderia ter sido dissuadido disso tão facilmente, mas eles não sabiam como falar”, concluiu Trump.
Ele também criticou a recusa de Zelensky em aceitar um acordo relacionado a minerais de terras raras, o que, segundo ele, poderia ter fortalecido economicamente a Ucrânia.
As declarações reforçam a percepção de especialistas em relações internacionais de que a política externa dos Estados Unidos sob Trump pode se distanciar do apoio incondicional à Ucrânia, adotado durante o governo de Joe Biden. Essa mudança de postura tem preocupado líderes europeus, que temem que um acordo favorável à Rússia legitime futuras agressões contra outras nações do continente.
Na quarta-feira (19), Trump chamou Zelensky de “ditador sem eleições” e sugeriu que ucraniano se apressasse para um acordo ou ficaria “sem um país”.