Foto: ASSECOM-RN
O Governo do Rio Grande do Norte anunciou um conjunto de medidas para enfrentar a superlotação no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. O anúncio ocorre após denúncias do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN) sobre a falta de recursos e a situação crítica na maior unidade de saúde do estado.
As medidas anunciadas pelo Governo do Estado estão centradas em três eixos:
1 – A criação de um grupo gestor, liderado pela secretária adjunta da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), para otimizar o fluxo de pacientes e reduzir o tempo de permanência no Walfredo e demais hospitais da região metropolitana;
2 – A aceleração das obras do segundo andar, com previsão de entrega até 30 de novembro, permitindo a abertura de 39 novos leitos;
3 – A articulação com o Ministério Público e a Justiça para ampliar leitos em outras unidades, como os hospitais Alfredo Mesquita, em Macaíba, e João Machado, em Natal, garantindo um atendimento mais eficiente e direcionado.
A secretária estadual de Saúde, Lyane Ramalho, destacou a importância das medidas emergenciais e do trabalho coordenado para solucionar a crise no hospital. “Essa força-tarefa é parte de um esforço coletivo que já vinha sendo planejado há dias. Apresentamos um plano de contingência baseado em ações imediatas, como a abertura de novos leitos, para aliviar a pressão sobre o Walfredo Gurgel. A entrega do segundo andar do hospital, prevista para o dia 30 de novembro, vai possibilitar a criação de 39 leitos, e estamos empenhados em concluir antes do prazo.”
Outro ponto abordado foi a redistribuição de pacientes que não têm perfil de alta complexidade. Lyane explicou: “Já estamos negociando com o Ministério Público e outras unidades, como o Alfredo Mesquita e o Hospital João Machado, para que esses pacientes possam ser atendidos em outros hospitais. Esse movimento é essencial para reorganizar a rede e garantir que o Walfredo se concentre nos casos mais graves.”
A secretária adjunta de Saúde, Leidiane Queiroz, será a responsável por coordenar diretamente o grupo gestor que acompanhará de perto as ações no hospital. “Vamos trabalhar de forma ainda mais próxima à equipe do Walfredo Gurgel, com uma espécie de ‘gabinete itinerante’ dentro do hospital. Nosso papel será otimizar o fluxo de pacientes e garantir que as medidas sejam implementadas com celeridade. Estaremos lá diariamente até que a situação seja controlada.”
Leidiane também reforçou a importância de ações articuladas com os municípios: “A formação de um consórcio com os municípios da Região Metropolitana é fundamental. Com isso, pacientes de baixa complexidade podem ser atendidos em unidades descentralizadas, o que desafogará o Walfredo e garantirá um atendimento mais ágil e qualificado.”
O diretor do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, Geraldo Neto, ressaltou a gravidade da situação, mas demonstrou otimismo com as ações planejadas. “Estamos enfrentando um aumento significativo de atendimentos, especialmente por acidentes de trânsito. Nossa média diária de atendimentos passou de 400 para mais de 800 nos últimos meses. A entrega do segundo andar, aliada à redistribuição de pacientes, vai ser um divisor de águas. Precisamos agir agora, e as medidas anunciadas hoje trazem a perspectiva de uma solução efetiva.”