O Brasil recebeu novamente a certificação que garante que o país está livre do sarampo. O documento do reconhecimento oficial foi entregue nesta terça-feira (12) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra Nísia Trindade pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).
Com a recertificação, as Américas voltam a ser qualificadas como uma região livre do sarampo endêmico.
“Esse diploma é resultado da força da retomada e da competência do sistema de vacinação brasileiro”, declarou o presidente Lula.
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças. Ela pode causar complicações graves, como diarreia intensa, infecções de ouvido, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro), e até fatais.
Em 2016, o Brasil já havia alcançado esse status, porém as baixas coberturas vacinais em 2018 permitiram a reintrodução do vírus no país. Segundo o Ministério da Saúde, a reversão desse quadro foi possível graças a ações como “investimentos em vacinação nas fronteiras e em locais de difícil acesso, busca ativa de casos suspeitos, realização do Dia S de combate ao sarampo, oficinas de resposta rápida a casos de sarampo e rubéola nos territórios, além de cursos online de manejo clínico do sarampo, oferecidos pela UNASUS”. Todas essas ações foram coordenadas por meio do Plano de Ação para a Reverificação do Sarampo e Sustentabilidade da Eliminação da Rubéola, republicado pelo Ministério da Saúde em 2024.
O último caso da doença ocorreu em 2022, no Amapá, e, desde junho do mesmo ano, não há registros de transmissão local. Em 2024, foram detectados apenas dois casos da doença no país — um no Rio de Janeiro e outro no Rio Grande do Sul, ambos envolvendo pessoas que contraíram o vírus fora do território nacional, sem gerar transmissão secundária.
A ministra Nísia Trindade destacou a importância do dia: “Esse é um momento importante para reforçar o papel do nosso Programa Nacional de Imunizações e de toda a competência técnica espalhada pelo Brasil. Nossa câmara técnica tem trabalhado com comprometimento e dedicação para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. É uma vitória do Brasil, do povo brasileiro e de cada vacinador e pessoa vacinada, assim como daqueles que infelizmente não tiveram acesso à vacina quando precisaram. Que este dia represente uma conquista e um desafio permanente, do qual não abriremos mão. A saúde exige cuidado, paciência e compromisso com a nossa população”.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), as Américas também eliminaram a rubéola e a síndrome da rubéola congênita em 2015, uma conquista que os países da região têm mantido desde então.