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Um laudo preliminar do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) do Rio Grande do Norte apontou um medicamento como o possível contaminante da água que fez 10 alunos passarem mal em uma escola pública da zona rural de Governador Dix-Sept Rosado, no Oeste potiguar.
A suspeita é de que os adolescentes tenham ingerido um tipo de benzodiazepínico. De acordo com o perito criminal Clélio Diogo, é provável que o medicamento diazepam tenha sido misturado à água, causando o mal-estar.
Ainda segundo o perito, a concentração da substância não seria suficiente para causar problemas mais graves aos estudantes. “Esses fármacos são seguros. Para causar morte, precisam de uma dose muito alta mesmo. O que não foi o caso. Ela foi alta, mas não atingiu o que a gente chama na toxicologia de dose letal”, disse.
Segundo a Polícia Civil, a água pode ter sofrido a contaminação em uma garrafa que teria sido compartilhada entre os colegas.
Os peritos colheram amostras de sangue e de urina de um dos estudantes que ficou internado no Hospital Regional Tarcísio Maia. O resultado apontou a presença do fármaco. O aluno relatou que após ingerir a água sentiu um gosto amargo e, pouco tempo depois, teve tontura e uma queda de pressão.
O delegado Caio Fábio informou que a principal hipótese da polícia é de que não houve envenenamento, mas “uma contaminação na água através de uma diluição de um remédio (possivelmente diazepam) em uma garrafa particular de um dos alunos que foi compartilhada com outros”.
O delegado informou ainda que o médico que atendeu as crianças foi ouvido pela polícia e confirmou que os sintomas apresentados são compatíveis com o tipo de substância identificada no laudo do Itep.
A Polícia Civil ainda vai ouvir outras pessoas na escola, inclusive as crianças que receberam atendimento.
Entenda o caso
Na última quinta-feira (8), 10 estudantes de uma escola da zona rural de Governador Dix-Sept Rosado passaram mal após beberem água compartilhada em garrafas. Os adolescentes foram levados para unidades de saúde.
A direção da Escola Municipal Antonia Lopes e Alves, localizada no Sítio Camurim, informou que os alunos ingeriram água de três garrafas e, em seguida, apresentaram quadro de sonolência.
Em nota, a Secretaria de Educação do Município confirmou a informação. “Ao notar tais sinais, o gestor escolar, imediatamente, solicitou ambulância para levar os alunos para atendimento médico na Unidade Mista de Saúde, bem como comunicou o fato aos pais e ao Conselho Tutelar. O diretor, pais e Conselho Tutelar acompanharam os alunos até o Pronto-Socorro”, informou a Secretaria Municipal de Educação, em nota.