O parlamento da Coreia do Sul aprovou na última terça-feira (10) um projeto de lei que proíbe a criação e o abate de cães para consumo, encerrando a prática tradicional, mas controversa, de comer carne de cachorro, após anos de debate nacional.
O projeto de lei recebeu raro apoio bipartidário em todo o cenário político dividido da Coreia do Sul, destacando como as atitudes em relação a comer cães se transformaram ao longo das últimas décadas durante a rápida industrialização do país.
A lei proibirá a distribuição e venda de produtos alimentares elaborados ou processados com ingredientes caninos, segundo a comissão correspondente da Assembleia Nacional.
No entanto, os clientes que consomem carne de cão ou produtos relacionados não estarão sujeitos a punição – o que significa que a lei visaria em grande parte aqueles que trabalham na indústria, como criadores ou vendedores de cães.
De acordo com o projeto, qualquer pessoa que abata um cachorro para comer pode ser punida com até três anos de prisão ou multada em até 30 milhões de won coreanos (aproximadamente R$ 112 mil).
Qualquer pessoa que crie cães para comer, ou que conscientemente adquira, transporte, armazene ou venda alimentos feitos de cães, também enfrenta multa menor e pena de prisão.
Proprietários de fazendas, restaurantes de carne de cachorro e outros trabalhadores do comércio de cães terão um período de carência de três anos para fechar ou mudar de negócio, segundo o comitê. Os governos locais serão obrigados a apoiar esses empresários na transição “estável” para outros negócios.
O projeto agora segue para o presidente Yoon Suk Yeol para aprovação final. Foi proposto tanto pelo partido no poder de Yoon como pelo principal partido da oposição, e recebeu apoio vocal da primeira-dama Kim Keon Hee, que possui vários cães e visitou uma organização de proteção animal durante uma visita de estado presidencial à Holanda em dezembro.
Por CNN