Foto: Canindé Soares
Um total de 1.707 crianças não conseguiram vagas em creches públicas de Natal, após um sorteio realizado na manhã desta sexta-feira (10) pela Secretaria Municipal de Educação.
Ao todo, 5.230 crianças foram inscritas pelas famílias que tinham interesse em matriculá-las na creche de algum Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) da cidade. Porém, a prefeitura informou que apenas 3.613 poderão ser contempladas.
Com isso, o déficit de vagas em relação à demanda das famílias da capital potiguar foi de 32%. O público é de crianças com idade de seis meses a três anos, 11 meses e 29 dias.
É o caso de Pedro Lucas, de 2 anos, que ficou fora da lista de sorteados. A mãe da criança, a dona de casa Débora Santos, que também tem outros dois filhos mais velhos, registrou o interesse de matricular o menino em três instituições diferentes e esperava conseguir uma vaga para poder procurar uma oportunidade de trabalho. A família mora no bairro Felipe Camarão, na Zona Oeste da cidade.
“Fiquei triste. Esperava conseguir a vaga. Sempre fiz a matrícula da minha filha de 13 anos na escola pública e nunca tive dificuldade. A gente chegava na escola e a criança já ficava matriculada. Fiquei muito triste mesmo, porque esperava colocar ele (na creche) para poder procurar um trabalho. Ele vai ter que ficar em casa e eu também. Ele está começando a aprender, é muito inteligente, poderia se educar mais rápido”, afirmou.
Por lei, o poder público é obrigado a oferecer vagas na educação pública para crianças a partir dos 4 anos de idade, mas há uma demanda de famílias que precisam deixar crianças menores na escola para poder trabalhar e realizar outras atividades.
A secretária de Educação de Natal, Cristina Diniz, reconheceu o problema do déficit, mas considerou que o município tem a previsão de abrir novas vagas ao longo do ano.
“Nós vamos entregar cinco CMEIs novos, prédios novos, que vão substituir prédios que não são bem adequados e, com isso, nós vamos abrir mais ou menos 1.200 vagas para a etapa creche nas quatro zonas da cidade de Natal. Fora que há pais que se mudam, vão para outro endereço e preferem tirar a criança. Quando surge essa vaga, nós chamamos os suplentes. Por exemplo, no ano passado, 2022, dos oitocentos que ficaram fora, nós conseguimos chamar 500”, afirmou.
G1 RN