Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,9% no trimestre móvel de outubro a dezembro de 2022, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta terça-feira (28) pelo IBGE. É a menor taxa para o mesmo trimestre de referência desde 2014, quando foi de 6,6%.
Além disso, o IBGE divulgou a taxa média anual de desemprego para o ano de 2022, que foi de 9,3%. É o menor patamar médio anual desde 2015.
No trimestre terminado em dezembro, a taxa de desocupação da população brasileira recuou 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em setembro, quando era de 8,7%. Comparado ao mesmo trimestre de 2021, houve queda de 3,2 pontos percentuais (11,1%).
Comparado aos demais trimestres da pesquisa, esse é o menor valor desde dezembro-janeiro-fevereiro de 2015, quando a taxa foi de 7,5%.
Em números absolutos, a população desocupada chegou a 8,6 milhões de pessoas no trimestre encerrado em dezembro. Trata-se de um recuo de 9,4% contra o trimestre terminado em setembro, ou 888 mil pessoas a menos entre os desocupados. A queda chega a 28,6% quando comparado ao mesmo período de 2021, o que representa 3,4 milhões de pessoas a menos.
Para o IBGE, são classificadas como desocupadas as pessoas sem trabalho que geram rendimentos para o domicílio nessa semana, que tomaram alguma providência efetiva para consegui-lo no período de referência de 30 dias e que estavam disponíveis para assumi-lo na semana de referência.
Veja os destaques da pesquisa:
Taxa de desocupação: 7,9%
População desocupada: 8,6 milhões de pessoas
População ocupada: 99,4 milhões
População fora da força de trabalho: 65,9 milhões
População desalentada: 4 milhões
Empregados com carteira assinada: 36,9 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,2 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,5 milhões
Trabalhadores domésticos: 5,8 milhões
Trabalhadores informais: 38,6 milhões
Taxa de informalidade: 38,8%
Taxa média de desemprego
A taxa média de desemprego em 2022 foi de 9,3%, o que equivale a 10 milhões de trabalhadores desempregados. Na comparação com 2021, foram 3,9 milhões de desempregados a menos, o que representa uma redução de 27,9% no ano.
“No entanto, o número de pessoas em busca de trabalho está 46,4% mais alto que em 2014, quando o mercado de trabalho tinha o menor contingente de desocupados (6,8 milhões) da série histórica da PNAD Contínua”, destacou o IBGE.
“O ano de 2021 foi de transição, saindo do pior momento da série histórica, sob o impacto da pandemia e do isolamento ocorrido em 2020. Já 2022 marca a consolidação do processo de recuperação” afirmou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
A pesquisadora destacou que, em dois anos, a desocupação do mercado de trabalho recuou 4,5 p.p. Todavia, a taxa de desemprego no país ainda se encontra 2,4 p.p. acima do menor nível da série, registrado em 2014, quando ficou em 6,9%.
Confirmando a recuperação em 2022, outros índices também se destacaram. O contingente médio anual da população ocupada cresceu 7,4% em comparação com 2021, um incremento de mais 6,7 milhões de pessoas, chegando a 98 milhões. O nível de ocupação também cresceu pelo segundo ano consecutivo, após o menor patamar em 2020 (51,2%) e registrou 56,6%, em 2022.
Embora a queda do desemprego tenha garantido a recuperação do mercado de trabalho, a qualidade do emprego piorou. O país atingiu número recorde de empregados sem carteira assinada, 12,9 milhões de trabalhadores nesta condição, cerca de 1,7 milhão a mais que em 2021, o que representa um aumento de 14,9%.
“Nos últimos dois anos, é possível visualizar um crescimento tanto do emprego com carteira quanto do emprego sem carteira. Porém, é nítido que o ritmo de crescimento é maior entre os sem carteira assinada”, explica a especialista.
Resumo da Pnad de dezembro de 2022
Veja os principais números do mercado de trabalho divulgados pelo IBGE:
A população desocupada (8,6 milhões de pessoas) recuou 9,4% (menos 888 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 28,6% (menos 3,4 milhões de pessoas desocupadas) na comparação anual.
A população ocupada (99,4 milhões) ficou estável contra o trimestre anterior e teve alta de 3,8% (mais 3,6 milhões) versus o mesmo trimestre de 2021.
O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 57,2%, igual ao trimestre anterior e subiu 1,6 p.p. no ano (55,6%).
A taxa composta de subutilização (18,5%) caiu 1,6 ponto percentual no trimestre (20,1%) e 5,6 p.p. ante o mesmo trimestre de 2021 (24,3%).
A população subutilizada (21,3 milhões de pessoas) caiu 9,1% frente ao trimestre anterior e 24,8 na comparação anual (menos 7 milhões de pessoas).
A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (5,4 milhões) caiu 12,4% (menos 765 mil pessoas) no trimestre e 26,3% (menos 7,4 milhões) no ano.
A população fora da força de trabalho (65,9 milhões de pessoas) cresceu 1,8% ante o trimestre anterior (mais 1,2 milhão) e subiu 2,1% na comparação anual (mais 1,4 milhão).
A população desalentada (4 milhões de pessoas) caiu 6,2% em relação ao trimestre anterior (menos 262 mil pessoas) e 16,7% (menos 793 mil pessoas) na comparação anual.
O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,6%) caiu em relação ao trimestre anterior (0,2 p.p.) e caiu 0,7 p.p. na comparação anual.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 36,9 milhões, subindo 1,6% (593 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 6,9% (mais 2,4 milhões de pessoas) na comparação anual.
O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (13,2 milhões) ficou estável ante o trimestre anterior e cresceu 6,4% (792 mil pessoas) frente a 2021.
O número de trabalhadores por conta própria (25,5 milhões de pessoas) ficou estável contra o trimestre anterior e caiu 1,8% (menos 475 mil) no ano.
O número de trabalhadores domésticos (5,8 milhões de pessoas) ficou estável no trimestre e no ano.
A taxa de informalidade foi de 38,8% da população ocupada (ou 38,6 milhões de trabalhadores informais) contra 39,4% no trimestre encerrado em setembro e 40,7% no mesmo tri de 2021.
O rendimento real habitual (R$ 2.808) cresceu 1,9% no trimestre e 8,3% contra o mesmo trimestre de 2021.
A massa de rendimento real habitual (R$ 274,3 bilhões) cresceu 2,1% (mais R$ 5,6 bilhões) frente ante o trimestre anterior e 12,8% na comparação anual.
Por G1.