Foto: CJF Programs | Flickr
Na última semana, o jornalista Glenn Greenwald vem sendo questionado nas redes sociais, especialmente no Twitter, por criticar a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no caso dos ataques aos prédios dos três Poderes.
Internautas criticam o que veem como uma concepção norte-americana de liberdade de expressão por parte de Greenwald e o associam à direita. Entre as críticas, alguns retomam polêmicas antigas envolvendo o jornalista.
Desde a última semana, por exemplo, alguns perfis que usavam o Twitter para questionar o processo eleitoral ou apoiar o ato golpista do dia 8 de janeiro tiveram suas contas tiradas do ar. Entre eles, os deputados federais Nikolas Ferreira e José Medeiros, do PL, Bárbara Destefani, do perfil Te Atualizei, professora Paula Marisa, Paulo Figueiredo Filho, ex-comentarista da Jovem Pan, e o podcaster Bruno Monteiro Aiub, o Monark.
Greenwald foi ao Twitter dizer que o Brasil está sob regime censura e que Moraes teria banido os perfis. Procurado pela reportagem, o STF não quis comentar a suspensão dessas contas.
O jornalista também entrevistou Monark em seu programa System Update, transmitido pelo Rumble, o que aumentou as críticas ao jornalista na internet.
Greenwald compara a atuação do ministro de Alexandre de Moraes à de Sergio Moro (União Brasil), ex-juiz em primeira instância da Operação Lava Jato, que prendeu o então ex-presidente Lula (PT) em 2017.
Ainda que os outros ministros do STF apoiem as medidas de Moraes, Glenn considera seus movimentos perigosos, da mesma forma que diz ter criticado o STF quando a Corte respaldava decisões de Moro durante a Lava Jato.
Em 2019, à frente do The Intercept Brasil, veículo ao qual não pertence mais, Greenwald foi um dos responsáveis por tornar públicas trocas de mensagens entre Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros envolvidos na Lava Jato. A série de reportagens, publicadas pelo Intercept em parceria outros veículo, incluindo a Folha, ficou conhecida como Vaza Jato. Em 2021, o STF declarou parcialidade de Moro no caso de Lula.
“Eu não vi a esquerda me criticar naquela época. Ela achou que eu era sua propriedade”, diz Glenn sobre os ataques que vem recebendo nas redes. O jornalista acredita que como seu marido, o deputado federal David Miranda, já foi do PSOL, a esquerda pode tê-lo considerado um esquerdista e agora se sente traída. Ele também atribui ataques nas redes à xenofobia.
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