Previdência tem buraco de R$ 363 bilhões previsto para 2023

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

O governo deve desembolsar R$ 363 bilhões neste ano para cobrir o rombo da previdência de trabalhadores que contribuem para o INSS, servidores públicos e militares.

A conta considera resultado negativo de R$ 267,2 bilhões no INSS, R$ 47,3 bilhões dos servidores públicos e R$ 48,5 bilhões dos militares.

A previsão foi feita pela equipe econômica do governo anterior para o Orçamento deste ano. Segundo especialistas, a reforma da Previdência conseguiu impedir o crescimento explosivo das despesas, mas as contas públicas seguem pressionadas.

A projeção para o fechamento de 2022 é de déficit de R$ 257,5 bilhões no INSS. Na previdência de servidores civis e militares o rombo atinge R$ 108,2 bilhões em 12 meses até novembro.

Para o fechamento de 2022, a estimativa de resultado negativo somente para o INSS era de R$ 257,582 bilhões. Em 12 meses até novembro, o rombo da previdência dos servidores civis e militares era de R$ 108,2 bilhões.

Os dados mostram, conforme especialistas na área, que a reforma da Previdência Social tem atingido o objetivo de impedir o ritmo de crescimento explosivo das despesas, no entanto, o déficit continua alto e pressionando as contas públicas, apesar das declarações do novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, de que a previdência não é deficitária.

Lupi ainda defendeu, em seu discurso de posse na terça-feira (3), a revisão da reforma, surpreendendo técnicos do governo e do mercado. As declarações geraram tanto ruído e forçaram um desmentido de ministros como Rui Costa, da Casa Civil.

No ano de 2019, parlamentares e sindicalistas contrários à reforma defendiam que a previdência era superavitária. Na ocasião, porém, acabaram perdendo o debate diante dos números apresentados pela equipe econômica apresentando o oposto e a tendência de aumento insustentável do gasto no longo prazo.

Depois disso, o tema parecia ter sido superado, porém agora, para surpresa de fontes ligadas ao assunto, voltou à tona.

Com informações de Valor Econômico