O Rio Grande do Norte manteve estabilidade no Produto Interno Bruto (PIB), que corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos, durante o ano de 2020. Neste ano, o PIB do estado era de R$ 71,5 bilhões. No comparado ao ano de 2019, quando o valor estava em R$ 71,3 bilhões, ocorreu um aumento de 0,34%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).
Em um recorte local, Natal apresentou uma queda de 3,65% no índice, fazendo o PIB sair de R$ 30,5 bilhões – representando 42,27% do PIB estadual – para R$ 29,1 bilhões, ou 40,73% do indicador estadual. O segmento de serviços, um dos mais impactados pelas medidas de prevenção a covid-19, apresentou uma queda de R$ 1,054 bilhão, saindo de R$ 24,982 para R$ 23,927 bilhões. Já em Mossoró, na região Oeste, o percentual subiu 1,64%.
A nível regional, o estado potiguar ocupava o quinto lugar no ranking de unidades da federação da região Nordeste com maior PIB em 2020. Nas primeiras colocações aparecem Bahia (1º) cujo indicador chega a R $305 bilhões, Pernambuco (2º), Ceará (3º) e Maranhão (4º). Em comparação a 2019, apenas Pernambuco teve encolhimento (-2,3%). O estado que mais cresceu foi o Maranhão, com 9,84%.
Segundo Marcelo Queiroz, presidente da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte, o impacto foi sentido na economia potiguar, mas os passos para a retomada seguem em andamento. “Toda a economia se retraiu. A recuperação passa pela retomada econômica que já começou, mas que ainda tem alguns passos importantes a serem trilhados. Especialmente o segmento de serviços, passa diretamente pelos resultados do turismo”, afirmou.
Entre estes passos, a alta estação, no verão, deve interferir para que resultados positivos no PIB local possam acontecer nos próximos levantamentos. “Teremos o aumento de nada menos que 592 voos pousando no Aeroporto Aluízio Alves entre os meses de dezembro e fevereiro na comparação com o mesmo período de 2021/2022. Somente nestes voos extras, teremos potencial para algo em torno de 220 mil turistas a mais no estado. Isso é muito importante, ainda, pelo fato de que neste período pós-pandemia vimos o percentual de turistas que nos visitam na alta estação e chegam por via aérea despencar de 80% a 85% para uma média de 47% (dados de julho deste ano)”, analisou.
Outro ponto levantado por Queiroz é de que o turista que parte dos turistas que vêm ao estado costumam vir de lugares mais distantes. “Lembrando que este turista aéreo, como vem de pólos mais distantes, tende a ficar mais tempo por aqui e, em consequência, gastar mais. Do ponto de vista financeiro, considerando o gasto médio diário individual do turista de alta estação medido em julho deste ano (em torno de R$ 300) e a expectativa de permanência média de dez dias por turistas no estado, é razoável projetar que estes visitantes que virão ao RN entre dezembro e fevereiro sejam responsáveis por uma movimentação de algo em torno de R$ 1,8 bilhão extra na economia”.
Recentemente, a Fecomércio, assim como outras entidades que representam a iniciativa privada, posicionou-se contra a proposta do governo de reajustar o ICMS. Reajustado neste ano, por conta de Leis Complementares federais, o estado alega que perdeu poder de arrecadação. No entanto, para a Instituição, o aumento do tributo impactaria no desempenho das atividades econômicas no estado, geração de emprego e renda.
“Estamos com uma campanha de incentivo ao comércio local e sabemos que uma medida como esta promove, ainda mais, o consumo, via internet, em estabelecimentos de fora do estado e do país. Enxergamos outras possibilidades que podem ajudar no reequilíbrio fiscal do estado. Considerando o contexto da necessidade de recuperação da economia no pós-pandemia, esse aumento da carga tributária seria ainda mais danoso”, disse a Fecomércio.
TN