Para polícia, gerente de banco preso simulou assalto para camuflar desfalques

Um gerente do Banco do Brasil foi preso, nessa quarta-feira (14), suspeito de ser cúmplice em um roubo que ocorreu na agência em que trabalha, na tarde de 24 de janeiro deste ano.

 

A prisão, realizada pela Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur) da Polícia Civil,  aconteceu na segunda fase da Operação Poker Face, que investiga o episódio ocorrido na agência bancária.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Daniella Filgueira, foram roubados mais de R$ 1,3 milhão. Segundo as investigações, o gerente já vinha desviando dinheiro da agência, e o assalto seria uma forma de camuflar o desfalque dos recursos. O valor ainda não foi recuperado.
Ainda segundo a polícia, foram encontradas moedas de ouro na casa do gerente, mostrando que já havia praticado furtos dentro dos cofres do Banco do Brasil antes do assalto simulado em janeiro.
Contexto
Na tarde do dia 24 de janeiro, um homem usando máscara, óculos escuros e mochila, entrou na agência sem ser notado, rendeu o gerente, e saiu com cerca de R$ 375 mil.
O caso ganhou muita repercussão pela ação rápida e discreta do criminoso. Pelo que foi mostrado pelas câmeras de segurança, o ladrão passou apenas 15 minutos no local.
Durante a ação, o gerente foi preso pelo assaltante em uma sala da agência. O bancário precisou gritar para ser atendido e liberado. Após o ocorrido, ele foi para um hospital e até registrou um boletim de ocorrência na delegacia de plantão da Zona Sul de Natal. Entretanto, para a polícia, tudo não passou de encenação.
A investigação começou a partir da análise das imagens do circuito interno do banco. Em novembro, a primeira fase da Operação Poker Face ocorreu. Três mandados de busca e apreensão relacionados ao roubo aconteceram. As autoridades apreenderam celulares e notebooks dos suspeitos.
Uma análise no celular de um dos suspeitos revelou que o gerente combinou o assalto com uma cliente, sua ex-sogra. Logo em seguida, o rapaz confessou e confirmou quem eram as pessoas que estavam planejando o crime.
No entanto, a polícia descobriu que ele não realizou o assalto, pois, quando iria entrar no banco, a agência fechou mais cedo, esse fato foi no dia 21 de janeiro. Então, o rapaz desistiu e chamou um amigo, que é motorista de aplicativo. Na sequência, esse motorista de aplicativo chamou uma terceira pessoa para executar a ação.
O terceiro suspeito cometeu o crime no dia 24 de janeiro e recebeu R$ 10 mil pelo roubo. O total de R$ 1,3 milhão subtraído foi usado para compras de imóveis, carros, viagens e festas. Ao todo, seis pessoas foram indiciadas e a investigação foi encerrada.
Tribuna do Norte