BC sobe o tom para riscos fiscais e cita “elevada incerteza”

Foto: Sérgio Lima

O BC (Banco Central) subiu o tom nesta quarta-feira (7.dez.2022) para os riscos fiscais. Em comunicado, a autoridade monetária disse haver “elevada incerteza” sobre o futuro das contas públicas e que mais estímulos fiscais para impulsionar a demanda podem elevar a trajetória da inflação.

O alerta do BC foi feito depois da apresentação da PEC (proposta de emenda à Constituição) fura-teto, que permite gastos fora da emenda constitucional que limita as despesas públicas. O governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende a aprovação do texto para custear, entre outros itens, o Bolsa Família de R$ 600.

As incertezas fiscais fazem com que haja riscos para investimentos no Brasil. Para compensar o cenário de indefinição nas contas públicas, os ativos do país são negociados a juros maiores nos contratos com vencimento no médio e longo prazos.

A alta de juros eleva a trajetória de crescimento da dívida pública. As incertezas fiscais também aumentam o endividamento pelo lado do câmbio: o real se desvaloriza em relação ao dólar, por exemplo, tornando o estoque de pendências financeiras do Brasil mais caro. A moeda dos Estados Unidos mais cara também tem efeitos sobre a inflação brasileira.

Poder360