Geração ‘sem copa’ vive o sonho de ver o 1º mundial da seleção

Aos 9 anos de idade, Bernardo José é mais um brasileiro apaixonado pela Seleção Brasileira. Ele já assiste a todos os jogos do Brasil e quando as partidas são válidas pela Copa do Mundo, como nesta edição do Catar, o garoto não desgruda o olho da televisão enquanto a bola estiver rolando e tem até manias na torcida pelo time verde e amarelo. Como é a primeira Copa que o menino assiste entendendo mais sobre o esporte, ele tem a expectativa de ver o Brasil campeão ao final do torneio. Essa é a realidade de milhões de brasileiros que, como Bernardo, não estavam vivos ou não tinham idade o suficiente para lembrar do último mundial conquistado pelo time canarinho.

O último título de Copa do Mundo da Seleção Brasileira foi em 2002, na edição sediada na Coreia do Sul e no Japão. Bernardo José só nasceria 11 anos depois, em janeiro de 2013. Com 1 ano de vida, em 2014, ele não sentiu a decepção que foi perder por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal do torneio, em casa. Quatro anos depois, na Rússia, o menino já tinha cinco anos e tem breves lembranças da campanha em que o Brasil foi desclassificado nas quartas de final ao perder da Bélgica por 2 a 1.

Bernardo José é daqueles garotos que acompanham futebol influenciado pelos pais. A paixão pelo esporte começou desde cedo e com a referência de um clube local. O menino mora em Parnamirim, torce pelo América de Natal, tendo acompanhado vários jogos do time na Arena das Dunas neste ano. A Seleção Brasileira entrou como uma consequência aguardada, pelo nível de identificação nacional e por reunir grandes estrelas do futebol mundial, dos quais o menino é fã.

O grande ídolo dele nesta Seleção é o atacante Neymar. Porém, ele que, além de assistir, também pratica futebol e sonha um dia estar numa Copa do Mundo com o Brasil, afirmou que o seu jeito de jogar parece com outro jogador: Vinícius Júnior. “Porque ele é muito rápido e dribla muito. Às vezes tem que voltar para marcar, mas eu sou mais para fazer gol, não para defender”, disse o menino.

Até realizar o sonho de ser jogador, Bernardo tem outros desejos a curto prazo e um deles é ver o Brasil hexacampeão. Para isso, além de não sair de perto da televisão quando a Seleção joga, o garoto já adicionou manias na torcida. Na partida contra a Suíça, por exemplo, ele colocou a bandeira nacional embaixo da TV e  diz que a ideia deu resultado, com a vitória por 1 a 0.

A ligação com o pai é outra marca na torcida pelo Brasil. Bernardo José já ouviu sobre as vezes que a Seleção foi campeã e quais eram os grandes jogadores. Hoje, o menino também fala sobre os jogos. “Eu gosto de assistir com meu pai porque ele fica falando para mim as coisas e eu também falo daquilo que ele não sabe”, relatou.

Sem nunca ter comemorado uma Copa do Mundo, Bernardo recorda como foi a festa no acesso do América à Série C e garante que se o hexa do Brasil vier neste ano, ele vai tirar a camisa amarela e balançar no ar assim como fez com a vermelha no gol de Téssio.

Kerem Hapuque, 20 anos

A estudante de pedagogia Kerem Hapuque, 20 anos, é outro exemplo de potiguar que nunca viu a Seleção Brasileira ser campeã mundial. Ela nasceu em agosto de 2002, a cerca de um mês do penta. A jovem até brinca que foi só ela nascer para o Brasil não ganhar mais uma Copa do Mundo. “Eu digo que eu cheguei para azarar a Seleção. Eu nasci e acabou-se Brasil campeão”, ironizou.