O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avalia anualmente o desempenho dos alunos ao fim da escolarização básica e, através das suas notas, estudantes podem garantir a tão sonhada vaga em universidades públicas de todo o país. Devido à alta concorrência, expectativa dos familiares e o próprio pensamento de que o futuro pode estar se desenhando pelas provas dos dias 13 e 20 de novembro, a ansiedade se torna comum no cotidiano de uma parcela dos candidatos que sonham com a ascensão ao Ensino Superior.
A potiguar Sofia Pinheiro, de 18 anos, sonha com uma vaga no curso de Economia em uma universidade pública. Ter que conciliar a sua rotina de aprendizagem na escola somada aos estudos para o Enem são fatores que a deixam ansiosa. Apesar das suas dificuldades, a jovem não esmorece e afirma que está confiante nesta reta final.
“O que está me ajudando muito é manter contato com os meus amigos que estão nesta mesma fase, pois consigo perceber que não sou a única que está nervosa, que esse sentimento é normal a todos que se dedicaram durante todo o ano para o Enem”, falou. “Estar sempre em contato com a minha família e ter momentos de descontração me acalmam bastante e tem me ajudado a ficar mais tranquila, apesar da pressão que a gente acaba sentindo nessa reta final”, complementa.
A poucos dias da prova, a preocupação dos candidatos não deve ser focada na extrema absorção de novos conteúdos programáticos, mas, sim, em manter na memória aquilo que foi estudado durante o ano e, claro, em manter o controle emocional. Esta é a orientação do psicólogo Geraldo Cavalcanti.
“O aluno precisa ter em mente que na reta final não há como correr atrás de todos os seus pontos de melhoria. Para que ele se sinta confiante, os seus pontos fortes precisam ser estimulados. Dessa forma, pensamentos disfuncionais não serão uma realidade no cérebro do vestibulando”, comentou.
Geraldo defende ainda a inserção de práticas complementares à programação de estudos, como exercício físico e atividades de lazer. “A repetição sem descanso leva a exaustão, por isso é essencial que o aluno tenha espaços de tempo em que faça atividades que gosta para que a mente e corpo relaxem e, assim, ele consiga chegar na prova tranquilo”, aconselha.
Outro fator primordial está diretamente associado à memória: o sono. Geraldo explica que durante o momento de descanso o estudante vai armazenar as informações que aprendeu ao longo do dia. Portanto, se o aluno não tem uma noite de repouso tranquila, o seu rendimento no dia posterior não será o mesmo, prejudicando o seu aprendizado.
“Os candidatos ficam no anseio de estudar cada vez mais nessa reta final e deixam o sono em segundo lugar, acreditando que assim conseguirão aprender mais. No entanto, o que acontece é exatamente o contrário. O aluno que estuda exaustivamente e dorme pouco não tem um bom rendimento, pois, se ele não cumpre bem as noites de sono indicadas, o seu rendimento durante o dia não será satisfatório, e, consequentemente, isso vai trazer inseguranças, prejudicar a autoestima e gerar ansiedade”, explicou.
Simulados
A realização de simulados é certa nestas últimas semanas antes da prova (o De Boa no Enem conta com simulados de química, português, geografia e história). Para profissionais da área, trata-se de uma excelente forma para praticar o foco, a concentração e, consequentemente, reduzir a ansiedade.
“O jovem precisa praticar as questões focando na forma em que irá resolver a prova, criando uma estratégia, ver se está organizando bem os dados e se fazer presente durante a prova, pois quanto mais presente e atento à prova, menos gatilhos ou pensamentos disfuncionais ele terá”, explica Flora Assaf, diretora pedagógica da Kaizen, empresa potiguar de mentoria educacional.
G1 RN