Jéssika Azevedo da Silva, de 19 anos, foi a única potiguar a ser pré-convocada para representar o Brasil na seleção de bocha paralímpica nos V Jogos Parapan-Americanos da Juventude, que acontecerá em junho de 2023 na Colômbia. Para isso, ela precisa custear as bolas oficiais aceitas na competição. O do material valor gira em torno de R$ 5 mil e, para arrecadar as cifras, ela resolveu fazer uma rifa.
A paratleta recebeu a pré-convocação na última sexta-feira (21) e teve de preparar a documentação necessária para estar habilitada a viajar. Além disso, ela precisa um kit de bolas, composto por 6 azuis, 6 vermelhas e 1 branca, com selo do Cômite Internacional de Bocha(BISfed). Como ela não tem, a rifa de de uma boneca artesanal avaliada em R$ 150 foi a maneira de tentar levantar o dinheiro necessário.
Segundo Jéssika, as bolas de origem coreana são as mais recomendadas para a competição. O preço de cada bola está em torno de US$ 70 (R$ 372,68), ou seja, as 13 bolas totalizariam US$ 910 (R$ 4.844,84). A rifa foi publicada no Instagram da paratleta (@_jessika4), com bilhete no valor de R$ 10.
História no esporte
Os jogos de Bogotá vão acontecer entre 2 e 12 de junho de 2023. Porém, a história de Jéssika Azevedo no esporte até se credenciar a disputar uma competição internacional começou no ano de 2014, quando ela conheceu a bocha. Com 12 anos, a menina foi convidada pela coordenadora do clube onde treina e viu que tinha jeito para a coisa.
Ela foi medalhista por três anos nas paralimpíadas escolares de nível nacional. Sem apoio, uma calha própria – por onde as bolas são jogadas no esporte – foi adquirida a partir da premiação do torneio.
Neste ano, Jéssika conquistou a medalha de ouro na Copa Brasil de Jovens, em São Paulo-SP, e nas Paralimpíadas Universitárias, em João Pessoa-PB. Além disso, ela ficou em 5° lugar na competição principal e em 2° no campeonato intermediário nacional de Bocha, disputado em Uberlândia-MG. O desempenho dela em 2022 a colocou com um das melhores do país na modalidade.
“Ser chamada para uma competição de um nível desse é uma grande responsabilidade e um grande passo para ter um destaque de nível internacional, a gente ficou muito feliz, mesmo não sendo a convocação final. Só de ter sido chamada, notada pela Seleção é uma grande conquista, a gente treina uma vez por semana, vindo do nordeste onde o investimento no esporte é algo muito escasso ainda ter esse reconhecimento além de demonstrar que existem talentos no nordeste, traz a visibilidade que tantos outros atletas precisam”.
Prestes a completar 20 anos, no dia 4 de novembro, Jéssika divide a rotine de paratleta com a graduação em Arquitetura e Urbanismo, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Tribuna do Norte