O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou duramente o governo do Irã sobre a brutal repressão aos protestos contra o regime. Ele elogiou as “bravas mulheres do Irã” por exigirem direitos básicos e sinalizou que vai anunciar mais sanções contra os responsáveis pela violência contra as manifestantes nos próximos dias.
A explosão de protestos, em grande parte liderada por mulheres jovens e dirigida aos líderes do governo, criou um ambiente único no país estimulando alguns dos maiores e mais ousados protestos contra o Liderança Islâmica vista em anos. E enquanto o governo Biden diz que se dedica a defender o mulheres do Irã, o presidente enfrenta um questionamento difícil: como apoiar o movimento de protesto e ao mesmo tempo tentar salvar o acordo nuclear de 2015, que injetaria bilhões no Tesouro de Teerã?
“O risco de um Irã nuclear é aterrorizante em todos os níveis”, avalia Marjan Keypour Greenblatt, diretor de uma rede de ativistas que promove os direitos humanos no Irã. “No entanto, o presidente Biden simplesmente não pode oferecer uma perspectiva de alívio de sanções e legitimar de fato um regime que abate impiedosamente seus próprios cidadãos na rua”.
Os protestos de semanas foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, que morreu sob custódia de segurança iraniana. A polícia de moralidade havia detido Amini pela última vez mês por não cobrir adequadamente o cabelo com o lenço islâmico, conhecido como o hijab, que é obrigatório para as mulheres iranianas. Amini desmaiou em uma estação policial e morreu três dias depois. Sua morte e a agitação subsequente vieram em um momento complicado, pois o governo tenta trazer o Irã de volta ao cumprimento do acordo nuclear que foi intermediado pelo governo Obama e descartado na administração Trump.
Acordo
O acordo já estava caminhando para o colapso, apesar dos esforços de Biden para revivê-lo. Mas o governo não perdeu todas as esperanças de uma reviravolta mediante conversas indiretas com a liderança iraniana. O pacto, conhecido como Plano de Ação Abrangente, forneceria a Teerã bilhões em alívio das sanções em troca do país concordar em reverter seu programa estabelecido pelo acordo de 2015. O acordo inclui limites para enriquecimento e quanto material pode ser estocado, e limita a operação de centrífugas avançadas necessárias para enriquecer o urânio.
Ontem, o Alto Representante da União Europeia, Josep Borrell, afirmou hoje que o bloco “considera medidas para pressionar pelo respeito aos direitos fundamentais no Irã”. A UE também participa das negociações por uma retomada do acordo.