Pelo menos R$ 1,5 trilhões de reais foram transacionados em 2022, em todo o Brasil, por meio das maquininhas de cartões, segundo a Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento em todo o País. No Rio Grande do Norte, de acordo com o Sebrae, embora 38% das vendas sejam feitas por cartões de crédito ou débito, a maior parte dos comerciantes do estado prefere usar outras formas de pagamento; eles também costumam dar aquele descontinho para compras em dinheiro vivo.
De acordo com a pesquisa “Uso da Maquininha” publicada em 2021 e feita com empreendedores de todo o país, pelo menos 32% dos comerciantes potiguares preferem usar outras formas de pagamento. 11% deles ainda consideram altas a taxa de desconto e a antecipação dos pagamentos feitos pela maquininha. Isso porque 80% dos empresários norte rio-grandenses que responderam à pesquisa acredita que o uso de cartões de crédito gera o meio de pagamento de maior custo, seguido por boletos bancários (8%), cartão de débito (5%) e cheque (3%).
Para os consultados pelo Sebrae, 59% apontaram o dinheiro como o tipo de pagamento de menor custo, seguidos pelo cartão de débito (18%), boleto bancário (17%) e cartão de crédito (4%). O cheque não foi lembrado como um pagamento barato. Estes dados, inclusive, apontam uma prática frequente no estado: preços diferentes de acordo com a forma de pagamento, algo permitido pela Lei nº 13.455 de 2017, desde que a diferença esteja informada de maneira visível ao consumidor.
Conforme a pesquisa, no RN 27% dos vendedores sempre praticam preços diferentes de acordo com a forma de pagamento; embora 26% nunca promova uma mudança de preços. Mesmo assim, o levantamento ainda aponta que 22% quase sempre alteram valores, 19% às vezes e 5% quase nunca. Quando o assunto é negociação, 73% das empresas relataram dar desconto para pagamentos realizados em dinheiro.
O levantamento apontou que a maior parte das empresas (67%) usa apenas uma maquininha e 29% usam dois equipamentos. Além disso, 46% dos entrevistados no RN afirmam que usam este tipo de pagamento em seus estabelecimentos em um intervalo de um a dois anos. Apenas 14% dos que responderam a pesquisa usam máquinas de cartão em um período maior que cinco anos.
A taxa cobrada, aliás, é o principal argumento de escolha dos equipamentos (72%), seguida pelo fato de o equipamento aceitar várias bandeiras de cartão (53%), mesmo índice da não cobrança de aluguel da máquina. Atualmente, 45% dos empresários potiguares antecipam pagamentos das vendas feitas por cartão; 20% raramente fazem isso e 33% não costumam buscar a antecipação.
O levantamento do Sebrae apontou que 13% dos comerciantes já enfrentaram problemas com os equipamentos eletrônicos. Metade deles relatou problemas de conexão, enquanto 35% disse ter ficado em dúvida em relação aos valores vendidos e recebidos. O alto custo de manutenção prestados pelas credenciadoras (57%) atualmente é o principal motivo que faria com que os empresários deixassem as máquinas de cartão de lado. Em segundo lugar aparecem os planos de fechar portas (36%) seguido pelas reduções nas vendas (20%).