A rainha Elizabeth 2ª morreu, nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, no Castelo de Balmoral, na Escócia. O comunicado divulgado pela família real informou que a monarca morreu “em paz”.
No poder há 70 anos, a rainha vinha apresentando problemas de saúde. Em outubro do ano passado, ela passou a noite no hospital e precisou ficar em repouso. Elizabeth também foi diagnosticada com covid-19 em fevereiro, quando já estava vacinada. Meses depois, ela revelou que ficou “muito cansada e exausta” após contrair o vírus.
Qual o segredo para viver tanto?
A longevidade de Elizabeth sempre chamou atenção, assim como a do seu marido, o príncipe Philip, que morreu aos 99 em abril do ano passado. Apesar dos mistérios, não é segredo que a rainha levava uma vida saudável, com uma alimentação equilibrada, além da prática constante de atividade física.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o envelhecimento saudável é o processo de promoção e manutenção da capacidade funcional, que possibilita o bem-estar na velhice. A capacidade funcional consiste em ter os atributos que permitam que todas as pessoas sejam e façam o que é importante para elas, como mobilidade, memória, linguagem, entre outros. Genética e hábitos saudáveis são um dos segredos para uma vida mais longeva.
Abaixo, veja 7 hábitos saudáveis adotados pela rainha:
1. Tinha uma alimentação equilibrada
De acordo com o site inglês Independent, Elizabeth fazia quatro refeições por dia —comendo pequenas porções em cada uma delas. Segundo o ex-chefe da rainha, Darren McGrady, a monarca participava do café da manhã, almoço, chá da tarde e jantar.
No almoço, por exemplo, ela preferia peixe grelhado, espinafre e abobrinha, além de frango grelhado com salada —sempre com uma opção com baixo teor de carboidratos.
E, bom, não é segredo que uma dieta equilibrada é fundamental para uma vida mais saudável, além de outras medidas importantes.
“Os que atingem 100 anos de maneira lúcida e saudável têm em comum a alimentação equilibrada, sem exageros; a presença da atividade física no dia a dia, durante a vida toda, como fazer jardinagem, arrumar a casa, caminhar, mantendo o corpo saudável; e a boa saúde mental, a resiliência e a vontade de viver”, explica Simone Fiebrantz Pinto, nutricionista e presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia).
2. Comia chocolate amargo
Ainda segundo Darren McGrady, Elizabeth era uma chocólatra: “Qualquer coisa que colocássemos no menu que tivesse chocolate, ela escolheria, especialmente torta de chocolate [uma torta em camadas com chocolate branco e amargo e raspas de chocolate], disse o ex-chefe à Hello! em 2016.
Mas McGrady reforça que o favorito da rainha era o chocolate amargo, que, realmente, faz bem para a saúde, desde que seja consumido com parcimônia —no máximo 30 gramas ao dia. Ela preferia o chocolate com 60% de cacau ou mais, segundo reportagem do Insider. E quanto mais cacau, melhor. Portanto o 70% cacau é bom, 90% é melhor e 100% é o ideal, mas nem sempre é fácil consumir chocolates com percentuais tão altos.
“Muitos trabalhos científicos provam que o chocolate amargo é bom para hipertensos, pois reduz a pressão arterial”, diz a nutricionista Regina H. M. Pereira, diretora do departamento de nutrição da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo). O trunfo, ela explica, é do cacau: “Ele tem propriedades antioxidantes que melhoram a função vascular, ou seja, os vasos conseguem dilatar com mais facilidade.”
3. Praticava constantemente atividade física
A rainha Elizabeth também tinha o hábito de fazer caminhadas regulares pelos terrenos do Castelo de Windsor ou do Palácio de Buckingham, sozinha ou acompanhada. Ela também gostava de andar a cavalo, uma atividade que pode queimar até 400 calorias por hora, segundo o site Woman & Home.
Não é surpresa que a prática de atividade física também é fundamental, assim como alimentação, para uma vida longa e saudável.
“Não existe envelhecimento saudável sem exercício físico. A prática regular faz com que os marcadores inflamatórios diminuam bastante”, explica o geriatra Paulo de Oliveira Duarte, responsável pelo Ambulatório de Super-idosos (Longevos) do Hospital das Clínicas da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo).
4. Tinha um sono de qualidade
Ainda de acordo com a matéria, a rainha também tinha uma rotina rigorosa de sono. Ela normalmente se retirava para dormir por volta das 23 horas para garantir 8 horas e meia de descanso —uma necessidade absoluta para ela— e acordava todas as manhãs sentindo-se revigorada e pronta para enfrentar o dia.
Os benefícios de um sono de qualidade são inúmeros: ajuda a evitar complicações na saúde em geral, nas atividades laborais e escolares, psicológicas e cognitivas, na vida pessoal e social e reduz o risco de acidentes. Entre outros benefícios, regula o apetite, o peso, os níveis glicêmicos, a pressão arterial, a produção de anticorpos e a libido.
5. Tinha contato com os animais
A rainha teve mais de 30 cães da raça corgi durante seu reinado. A primeira cadela da raça que ela teve foi Susan, que ganhou ao completar 18 anos, em 1944. A monarca também teve labradores e cocker spaniels.
Os pets auxiliam os “amigos humanos” na busca pelo bem-estar emocional e físico, o que traz muitos benefícios. Além de ajudar na ansiedade e estresse, o contato com os animais pode reduzir a pressão arterial, além de aumentar a estimulação da mente, sobretudo para idosos com doenças neurodegenerativas. O simples contato pode estimular o trabalho da mente, além de trazer sensações boas.
6. Não ficava sem o chá da tarde
Segundo McGrady, a rainha sempre tomava seu chá da tarde, “onde quer que estivesse no mundo”. Aliás, ela geralmente evitava o uso de açúcar na bebida.
Ainda que chás e infusões tenham alguns malefícios em algumas situações, a lista de benefícios é muito maior. Para Luna Azevedo, nutricionista especializada em alimentação consciente, a bebida, quando consumida da maneira correta, pode trazer diversas vantagens.
Os chás auxiliam no bem-estar, no tratamento e na prevenção de doenças. Além disso, podem apresentar inúmeras propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas, antialérgicas, imunoestimulantes. No entanto, vale lembrar que os benefícios são consequências do tipo da erva utilizada.
7. Não tinha oscilação no peso
A rainha também nunca apresentou oscilação de peso. De acordo com os médicos, o efeito sanfona, o sobe e desce dos dígitos da balança, pode fazer mal à saúde.
O flutuar entre um estado de fartura e um estado de privação desequilibra a concentração de hormônios importantes para o controle neural do comportamento alimentar, como a insulina e a leptina. Com isso, o metabolismo fica mais lento e o apetite fica maior. Além disso, toda vez que a pessoa emagrece, perde um pouco de gordura e um pouco de massa magra.
Quando ela recupera o peso, se está sedentária, tende a ganhar mais massa gorda do que magra (músculos). Portanto, nas idas e vindas, a composição corporal piora ao longo do tempo, acumulando massa gorda e perdendo massa magra (importante para a saúde e longevidade).
Com informações do Viva Bem/UOL