O Rio Grande do Norte é o estado com a segunda menor taxa de informalidade do Nordeste, com 46,3%, ficando atrás apenas de Alagoas que registrou 45,2%. É o que aponta Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua Trimestral (PENAC/T) divulgada pelo IBGE e correspondente ao 2° Trimestre de 2022. Segundo o levantamento, em números absolutos, dos 1,377 milhão de trabalhadores no estado potiguar, havia 638 mil trabalhando na informalidade. No comparado a outros estados que lideram o ranking nacional, contudo, a taxa é considerada elevada.
Entre os melhores colocados no que se refere aos índices de informalidade, estão: Distrito Federal (31,2%), São Paulo (31,1%) e Santa Catarina (27,2%). Esse parâmetro, vale lembrar, é composto por pessoas que não possuem vínculos com as empresas com as quais trabalham, além de empregadores e trabalhadores que atuam de forma independente. Nesse último caso, as empresas não estão registradas no CNPJ e, portanto, não contribuem para a Previdência Social do país. A faixa-etária considera as pessoas ocupadas a partir dos 14 anos.
Ainda, de acordo com o levantamento, 369 mil pessoas trabalhavam por conta própria no Rio Grande do Norte. Já os trabalhadores domésticos que trabalhavam sem carteira assinada foram 63 mil. O número de pessoas que atuavam no serviço doméstico com carteira assinada, por sua vez, foi de 15 mil pessoas. Já em relação aos empregados do setor privado (fora trabalhador doméstico) sem carteira assinada, a pesquisa registrou 228 mil pessoas. No setor público, sem a inclusão de militares e funcionários públicos estatutários, 52 mil pessoas trabalhavam sem carteira assinada.
Desigualdade de renda por cor
Outro ponto destacado pela pesquisa se encontra na renda da população. Conforme aponta o levantamento, pessoas pretas ganham o equivalente a 60,7% do que recebem as pessoas brancas no Rio Grande do Norte. Ao longo do período analisado, o rendimento real médio de todos os trabalhos habitualmente recebidos por mês da população branca foi de R$2.638,00, enquanto o dos pretos foi de R$1.602,00. Este último valor é o menor para esta parcela da população desde o segundo trimestre de 2018, quando os potiguares pretos receberam R$1.508,00.
Desde o começo da série histórica em 2012, apenas em 2017 houve uma desigualdade de renda maior em termos percentuais. Enquanto pretos receberam, no terceiro trimestre daquele ano, 55% dos rendimentos dos brancos (R$2.602 para os brancos e R$1.437,00 para os pretos). Já os pardos, no segundo trimestre de 2022, tiveram rendimentos médios equivalentes a cerca de 66% dos rendimentos dos brancos, com uma renda de R$1.740,00.
O IBGE considera como rendimento real médio de todos os trabalhos habitualmente recebidos por mês, o rendimento bruto real médio recebido em todos os trabalhos que as pessoas ocupadas com rendimento tinham na semana de referência, a preços do mês do meio do trimestre mais recente que está sendo divulgado. O deflator utilizado para isso é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).