O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou nesta sexta-feira (2) o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional por não prever a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 – promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, para 2023 – e deixar de fora o aumento real do salário mínimo.
A peça apresentada pelo Executivo prevê Auxílio Brasil de R$ 405 Na quinta-feira, Bolsonaro afirmou que pode propor taxação de lucros e dividendos para preservar o Auxílio Brasil em R$ 600, valor turbinado em ano eleitoral, e que vence em 31 de dezembro, pela Proposta de Emenda à Constituição dos Benefícios Sociais (PEC).
Em encontro com indígenas em Belém, Lula se confundiu e chamou o PLOA de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), etapa anterior à lei orçamentária e que já foi concluída no Parlamento. Ele também insistiu na retórica de que a falta de previsão para a continuidade dos R$ 600 significa o fim do “Auxílio Emergencial”
“Ontem foi mandada para o Congresso Nacional a LDO. A LDO chama-se lei de diretrizes orçamentárias. É a proposta do governo para o orçamento de 2023. E lá nem tem a continuidade do Auxílio emergencial e nem tem o aumento do salário mínimo [acima da inflação]. É uma vergonha porque já faz vários anos que o salário mínimo não aumenta, no nosso governo aumentava todo ano”, declarou Lula. Ao contrário do que disse o presidente, a LOA e não a LDO foi enviada ao Congresso. A LDO já foi aprovada pelos deputados e senadores.
A estratégia de chamar de Auxílio Emergencial o incremento temporário do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, conforme estabelecido na PEC dos Benefícios, foi pensada pelo deputado André Janones (Avante-MG), que faz a estratégia digital de Lula. Na prática, o jogo de palavras busca associar o benefício temporário ao Auxílio Emergencial de R$ 600 criado no início da pandemia.
Lula também promete manter os R$ 600 em 2023 no programa Novo Bolsa Família, mas, assim como Bolsonaro, ainda não definiu publicamente como arcar com a despesa, que giraria em torno de R$ 52 bilhões.