O franchising brasileiro registrou alta de 16,8% no faturamento no segundo trimestre de 2022, segundo pesquisa trimestral de desempenho do setor realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). O setor superou em 11,4% o faturamento nominal do 2º tri de 2019.
De acordo com o estudo, a receita passou de R$ 41,140 bilhões para R$ 48,052 bilhões nesse período. Quando observado o crescimento em relação ao segundo tri de 2020 – marcado pelo início da pandemia – o índice chega a 73,3%.
Além da recuperação da economia de forma geral, a elevação está associada ao maior fluxo de consumidores nas lojas físicas (inclusive em shoppings centers e outros centros comerciais), a retomada mais disseminada de hábitos presenciais e eventos sociais e corporativos e uma grande demanda reprimida em áreas como alimentação e turismo.
No semestre, a alta no faturamento foi de 12,9% na comparação com os primeiros seis meses do ano passado, saltando de R$ 81,021 bilhões para R$ 91,432 bilhões. Observando-se os primeiros semestres de 2020 e de 2022, a receita cresceu 32,0%, e em relação ao mesmo período de 2019, o faturamento aumentou 8,1%.
A pesquisa da ABF apontou também que a receita no período acumulado de 12 meses avançou 9,2%, de R$ 178,950 bilhões para R$ 195,450 bilhões. Entre os meses de abril a junho de 2020 e deste ano, a variação positiva foi de 14%, e em referência a igual período de 2019, pré-pandemia, o crescimento do setor foi de 8,6%.
A inflação de 5,9% no primeiro semestre (IBGE) também concorreu para estes resultados, porém o setor não vem fazendo o repasse integral e tem buscado formas de mitigar pelo menos em parte seus reflexos, como renegociação ou troca de fornecedores, alteração de mix de produtos, adoção de novas tecnologias, revisão de processos e uma crescente digitalização.
Para André Friedheim, presidente da ABF, “esses dados positivos reforçam a resiliência e a maturidade do setor de franquias brasileiro, que mesmo ainda enfrentando os impactos da pandemia e novos desafios, segue resistindo e, com muito esforço, avança em sua recuperação. O forte retorno presencial apoiado pela vacinação e a demanda reprimida foram alavancas importantes, mas o franchising está fazendo sua parte para que o crescimento seja sustentável e consistente”.
O presidente da ABF ressalta ainda que “assim como os demais importantes setores da economia brasileira, precisamos que sejam mantidas ou ampliadas as medidas de apoio e financiamento das micro e pequenas empresas, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte (PRONAMPE). Estamos também lutando nesse momento para que o PERSE beneficie o segmento de Alimentação, um dos mais impactados no período mais crítico da Covid-19.
De acordo com a pesquisa, o setor de franquias no Brasil totalizou aproximadamente 1.453.852 pessoas empregadas diretamente neste segundo trimestre, ante 1.292.034 no mesmo período do ano anterior, o que equivale a uma alta de 12,5% no número de empregos diretos gerados pelo franchising nos meses analisados.
“O franchising é de fato um setor que tradicionalmente é a porta de entrada não só para os empreendedores, como também para os jovens no primeiro emprego e diante do aumento das vendas, mesmo que gradual, observado no segundo trimestre, os empresários do setor avançaram em contratações”, declara o presidente da ABF.
Em relação à abertura de unidades de franquias no período pesquisado, o índice foi de 3,7%, ante 3,9% no segundo tri do ano passado. Foram encerradas 1,8% das operações contra 1,7% em igual período, resultando num saldo positivo de 1,9%. O índice de repasses também manteve-se estável, ficando em 0,9% neste segundo tri frente a 0,8% de abril a maio do ano passado.