Foto: GoFundMe / Reprodução
Um brasileiro sob custódia do Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) morreu na última quarta-feira no Hospital da Universidade do Novo México (UNMH) na cidade de Albuquerque. Uma autópsia está pendente para determinar a causa da morte, informou o órgão nesta sexta-feira. Segundo a Patrulha de Fronteira dos EUA, Kesley Vial, de 23 anos, entrou ilegalmente no país em meados de abril e foi enviado para o ICE em El Paso, no Texas, no dia 29 daquele mês para aguardar a conclusão de seu processo. Mais tarde, ele foi transferido para o Centro de Detenção do Condado de Torrance (TCDF), no Novo México.
De acordo com o ICE, o brasileiro foi encontrado inconsciente no último dia 17, enquanto estava detido no TCDF. A equipe médica do centro prestou os primeiros socorros e entrou em contato com os paramédicos locais. O serviço de emergência foi acionado e o transportou para o UNMH.
O ICE afirmou ter notificado o consulado brasileiro em Houston, no Texas, sobre a morte de Kesley Vial. Já seus parentes, moradores de Danburry, em Connecticut, foram avisados pela equipe do hospital.
A família dele criou uma campanha de financiamento coletivo no site GoFundMe para custear o translado do corpo a Danburry. A meta foi estipulada em US$ 28 mil e, até o momento, foram arrecadados US$ 7,9 mil.
“Venho nesse momento difícil, compartilhar com vocês a dor da perda do Kesley Vial, um jovem de 23 anos que foi em busca do sonho de uma vida melhor e no meio do caminho perdeu seus sonhos e sua valiosa vida!”, diz a descrição da vaquinha online. “Ele foi preso na travessia do México para os Estados Unidos e perdeu sua vida antes de ter a chance de ao menos poder voltar para o Brasil para poder continuar sua jornada! Além da dor da perda, estamos passando por algo delicado que é o translado do corpo, gostaria de pedir ajuda para trazer nosso menino, para que ao menos ele possa ter um enterro digno e próximo a família, ou seja em Danbury, CT. Além da burocracia são valores bem altos e ainda não foram exatamente estipulados”.
Em comunicado, o ICE disse que é “firmemente comprometido com a saúde e o bem-estar de todos aqueles sob sua custódia e realizando uma revisão abrangente em toda a agência deste incidente, como faz em todos esses casos”.
“As fatalidades sob custódia do ICE, estatisticamente, são extremamente raras e ocorrem em uma fração da média nacional para a população detida nos EUA”, acrescentou.
O departamento afirmou ainda que oferece os “serviços de assistência médica necessários, conforme exigido pelos Padrões Nacionais de Detenção Baseados no Desempenho do ICE (PBNDS) e com base nas necessidades médicas do indivíduo”.
“A assistência médica abrangente é fornecida desde o momento da chegada dos indivíduos e durante toda a sua estadia. Todas as pessoas sob custódia do ICE recebem triagem médica, odontológica e de saúde mental dentro de 12 horas após a chegada a cada unidade de detenção, uma avaliação de saúde completa dentro de 14 dias após a entrada na custódia do ICE ou chegada a uma unidade e acesso a chamadas médicas diárias e 24 horas de atendimento de emergência. De acordo com nosso compromisso com o bem-estar das pessoas sob custódia da agência, o ICE gasta anualmente mais de US$ 315 milhões no espectro de serviços de saúde prestados às pessoas sob custódia do ICE”, acrescentou.
O Globo