A questão da participação da Funvic no grupo principal da Superliga de Vôlei de 2022/2023 não está consolidade. A direção do representante potiguar ingressou com recurso na CBV, para rever a punição por falta de fair play financeiro. O conselho econômico da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) considerou que a equipe não cumpriu com os compromissos financeiros assumidos perante ao grupo de atletas e optou por afastar a Funvic da próxima edição do campeonato.
A informação de que a vaga ainda pode ser garantida foi confirmada pelo presidente da Federação Norte-rio-grandense de Voleibol (FNV), Igor Ribeiro, em entrevista ao programa Tribuna Esportes, da JP News Natal.
Os outros 23 participantes da próxima Superliga tiveram a documentação aprovada. Para a temporada 2022/2023 masculina, estão aptas as equipes Sada Cruzeiro (MG), Itambé/Minas (MG), Sesi (SP), Vedacit Guarulhos (SP), Apan/Eleva (SC), Vôlei Renata (SP), Farma Conde São José (SP), Montes Claros América, Brasília (DF), Suzano (SP) e Café Vasconcelos/Araguari (MG).
Segundo o dirigente potiguar, o problema da Funvic é bem anterior de a equipe aportar na capital potiguar, onde já chegou com um débito de R$ 4 milhões para administrar. “Como eles chegaram na cidade com um débito pretérito muito grande, existe um alto grau de complicação. O que o RN tentou proporcionar era uma complementação do apoio através do governo estadual e da Prefeitura do Natal. As nossas autoridades cumpriram integralmente o que prometeu. Em março, quando já surgiam os efeitos da crise financeira, a prefeitura aplicou outros R$ 400 mil, ampliando a participação no projeto. Eles tiveram tudo que necessitaram e a crise levou o clube a rescindir o contrato com o técnico argentino Javier Weber”, explicou Igor Ribeiro, ressaltando que o treinador não era barato e que esse foi um dos primeiros sinais para contenção de gastos.
Mas tudo isso, o dirigente faz questão de destacar que é fruto do calote de quatro milhões que o clube levou. Quanto à reprovação das contas pela CBV, a direção da Funvic havia colocado nos contratos assinados com os atletas uma cláusula que previa a redução de salário em caso de queda da verba apurada com patrocínios.
“A Funvic teve de fazer uso dessa cláusula para não pagar os vencimentos aos jogadores contratados nos três últimos meses. Então foi esse documento que o clube apresentou a CBV, uma vez que quatro atletas do grupo se recusaram a assinar o nada consta na quitação das contas do clube. Quem julga a prestação são três advogados, sendo um indicado pelos atletas, o segundo pelos clubes e o terceiro nomeado pela própria confederação, que optaram por não acatar a prestação de contas”, afirmou o presidente da FNV.
Sentindo-se prejudicada, a Funvic entrou com recurso e aguarda pelo direito de permanecer na disputa da Superliga, se tiver o pleito negado, o clube vai recorrer à Justiça atrás de uma liminar. Amparado por uma condição jurídica considerada frágil, o clube deve encontrar dificuldade em estender o apoio juntos ao governo e a prefeitura, bem como fechar com patrocinadores devido ao ambiente de fragilidade jurídica.
“Como presidente da Federação Norte-rio-grandense de Vôlei, eu me posicionei ao lado da Funvic para tentar ajudar da melhor forma possível. Mas estou muito preocupado com a situação criada porque as demais equipes da competição já se encontram montadas e em estágio adiantado de treinamento. E quando aqui, a Funvic sequer conseguiu montar um novo grupo para participar da competição”, ressaltou.
No apoio incondicional ao clube na Superliga, a FNV também está preocupada com a questão da semente que o clube pode fazer brotar em Natal. Ele cobra a implementação de um projeto visando um trabalho de revelação de jovens talentos no RN e já ficou o clube dessa preocupação.
A participação do clube potiguar na competição top do calendário nacional de vôlei, provocou um grande incremento de inscrições nas escolinhas da modalidade. Igor Ribeiro destaca que esse pode ser o grande legado dessa empreitada que a FNV aceitou participar. “Nós queremos espaços, bons técnicos e boa estrutura por parte da Funvic, para que os jovens carentes também possam praticar voleibol e sonhar com dias melhores”, ressaltou.
No tocante a sua responsabilidade em conduzir a modalidade no RN, a federação deu início ontem ao XII Campeonato Interiorano de Voleibol (Super Interiorano 2022), que teve início ontem na cidade de Açu, tendo como atração na sua abertura a presença da atleta de vôlei de praia Juliana Felisberta. Igora classifica a disputa como a mais importante competição municipalista do Norte-Nordeste do Brasil, por contar com a participação das 12 melhores equipes do RN no naipe masculino e das 8 melhores equipes no naipe feminino. A premiação é de quase 10.000 reais para os vencedores.
A cada participante é liberado para inscrever até dois “estrangeiros”, como são classificados os jogadores de Natal ou de outros estados. Dessa forma estarão em quadra ,alguns dos melhores atletas do Nordeste. O evento conta com transmissão dos jogos ao vivo pela www.fnvtv.com.br.
A temporada ainda reserva no calendário local, a realização em Natal da 2ª Etapa do Circuito Brasileiro de Seleções Sub-19 de Vôlei de Praia e a 9ª Etapa do Circuito Brasileiro Open de Vôlei de Praia (Top 8 e Aberto), a se realizarem de 28 de agosto a 4 de setembro, na Praia do Forte, em uma arena que será montada especialmente para abrigar os eventos.
Outra boa notícia, elencada pelo presidente da FNV, Igiar Ribeiro, é o retorno para Natal de Juliana Felisberta, já integrada à Federação de Vôlei e disposta a implantar um centro de formação e treinamento de atletas de vôlei de praia na capital potiguar. Juliana é a maior vencedora do Circuito Mundial, tendo conquistado o título sete vezes. Ela também conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.