Começou na manhã dessa terça-feira (2) o julgamento dos quatro réus suspeitos de envolvimento com a morte do empresário Marcos Antônio Braga Ponte, assassinado em setembro de 2018 após ser sequestrado na saída de um bar, localizado no bairro do Alecrim. Ponte foi executado com diversos disparos de arma de fogo e o corpo dele foi encontrado no distrito de Mangabeira, em Macaíba, na Grande Natal. Os acusados, dentre os quais, a ex-companheira do empresário, foram levados a júri popular nessa terça. A expectativa é que o julgamento seja finalizado nesta quarta-feira (3).
Durante toda a terça foram ouvidas, pelo menos, quatro testemunhas: dois filhos de Marcos Antônio, um irmão dele, além de outros familiares. Os depoimentos entraram pela noite e, segundo Daniel Ponte, filho da vítima, a previsão é de que os acusados sejam ouvidos somente nesta quarta-feira. A família está confiante na condenação dos réus. O júri deverá ser retomado nesta quarta.
Além de empresário, Marcos Antônio Braga Ponte era funcionário da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern). Ele foi morto no dia 21 de setembro de 2018, aos 60 anos de idade. De acordo com as investigações da Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), a vítima foi morta poucas horas após ser sequestrada.
As investigações da DHPP apontaram a ex-companheira de Marcos Antônio como a autora intelectual do crime. Brena Katuana teria planejado o assassinato com o apoio de Ivan Vicente Ferreira Junior, conhecido como “Junior Cabeça”. Os dois mantinham um relacionamento amoroso em segredo.
O crime foi praticado com a ajuda de pessoas próximas a Ivan Vicente, conforme indicam as investigações. Além dele e de Brena, outros dois suspeitos – José Weverton dos Santos Bento, o “Tonca” – e Tomás Jorge da Silva Emiliano, foram presos, todos em 2019, acusados de envolvimento no caso. De acordo com Daniel Ponte, filho da vítima, Tomás Jorge seria o dono da arma utilizada no crime e não está mais preso.
A execução da vítima teria sido motivada, de acordo com a Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa, pela intenção de Brena em se apropriar do patrimônio de Marcos Antônio. Ela e o empresário se relacionaram por mais de 10 anos, mas não eram casados oficialmente. Brena requereu na Justiça o reconhecimento de união estável, mas, precisa aguardar o fim do processo criminal em que é ré para dar prosseguimento ao pedido.
Durante as investigações, foram encontrados papelotes no apartamento onde Brena vivia e ela chegou a responder a um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo crime de uso de droga para consumo pessoal. A prisão preventiva da acusada aconteceu em maio de 2019, no bairro da Ribeira, na zona Leste de Natal.
Ivan Vicente, amante da ex-companheira de Marcos Antônio, segundo a polícia, atuava com o tráfico de drogas no bairro das Quintas, na zona Oeste. Para o crime, ele teria agido com a colaboração de coautores do bairro. As prisões dos suspeitos de envolvimento no caso ocorreram no âmbito da Operação Aleivosia, que significa traição e deslealdade.