O corregedor geral do Eleitoral e desembargador Cláudio Santos avaliou, no plenário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que o alargamento do conceito de propaganda político-partidária para as eleições de 2022, tornará muito mais difícil o seu controle no âmbito da Justiça Eleitoral: “É incontrolável, é como a rádio peão, não tem quem acabe, só aumenta”.
Cláudio Santos falava fora dos autos durante julgamento de processo contra a Governadora Fátima Bezerra (PT) e o candidato a senador do PDT, o Ex-Prefeito Carlos Eduardo, em que a Corte decidiu por sua improcedência, achando que questões como essa “virão com muito mais constância que atualmente”, a partir do dia 16, quando realmente começa a campanha eleitoral.
Cláudio Santos mencionou que é praticamente impossível controlar a disseminação da propaganda política através das Mídias Sociais, por exemplo, que desagradem os candidatos a cargos eletivos. “Amanhã vai se falar mal do adversário, ou vai se pedir para alguém falar do outro, que não tem controle da publicação”, exemplificou.
Para o desembargador Cláudio Santos, dificilmente vai se manter a coerência no julgamento dos processos relacionados à propaganda que serão questionadas pelos candidatos, porque “a força da comunicação é tal, que o estado-juiz vai correr a reboque o tempo todo”.
Na análise do corregedor eleitoral, “os legisladores vão evoluir ou involuir para modificar tentar normatizar tudo, mas tudo hoje é uma coisa e tudo amanhã e muito mais”.
Cláudio Santos está deixando a Corte Eleitoral no dia 31 deste mês e disse que “é muito favorável à liberdade, crítica e ao debate político, tirando as questões de honra, de valores transcendentais, culturais”, mas entende que a propaganda política “é do debate de quem está no poder, recebe as criticas do que não fez, ou deveria fazer”, enquanto quem “almeja chegar ao poder ter esse bônus e quem está no pode tem o ônus, faz parte da alternância de poder”.