Conselho da Petrobras vai ‘supervisionar’ política de preços

Rio (AE) – A Petrobras informou ao mercado que o seu Conselho de Administração, reunido na manhã desta quarta-feira (27), aprovou uma Diretriz de Formação de Preços no Mercado Interno (Diretriz), que aumenta a supervisão da política de preços da estatal pelo órgão, mas que mantém a decisão sobre os reajustes com a diretoria executiva.

“A Diretriz incorpora uma camada adicional de supervisão da execução das políticas de preço pelo Conselho de Administração e Conselho Fiscal, a partir do reporte trimestral da Diretoria Executiva, formalizando prática já existente”, informou a companhia em nota.
Mais cedo, fontes tinham informado ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o Conselho passaria a ser responsável pelos reajustes, no lugar da diretoria, o que foi desmentido pela Petrobras.
“A Diretriz reitera a competência da Diretoria Executiva na execução das políticas de preço, preservando e priorizando o resultado econômico da Companhia, buscando maximizar sua geração de valor”, explica a estatal.
O documento, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), reafirma ainda que a aprovação da Diretriz “não implica em mudança das atuais políticas de preço no mercado interno, alinhadas aos preços internacionais, e tampouco no Estatuto Social da companhia”, destaca.
Para mudar a governança dos reajustes, a Petrobras teria que levar a proposta de mudança do Estatuto Social a uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), apurou o Broadcast. A Diretriz pode ser consultada na íntegra no site da Petrobras, informou a companhia.
Pesquisa: preço fica 1,3% mais barato nas bombas
Após o anúncio da redução de 4,93% no valor da gasolina no repasse às refinarias no último dia 19, os motoristas já estão pagando 1,3% mais barato para abastecer com o combustível, que chegou a registrar diária média de R$ 6,12 nos postos de abastecimento. Quando comparado ao valor médio do início do mês, que era de R$ 6,79, o recuo já é de 9,8%. Os dados são da Ticket Log, que faz um levantamento periódico dos preços (IPTL).
Na análise regional, o Nordeste apresentou o principal recuo no preço médio (2,34%), com o litro vendido a R$ 6,27. O cenário oposto foi registrado na Região Norte, onde o combustível registrou a menor variação de todo o território nacional, 0,05%, e foi vendido nos postos a média de R$ 6,33.
“O cenário decrescente registrado para a gasolina desde o início de julho já vinha sendo percebido em decorrência da isenção do ICMS. Com isso, o anúncio da redução feito pela Petrobras contribuiu para os valores baixarem ainda mais. O resultado da combinação entre os dois fatores não refletiu somente na média nacional, mas também nos recortes por Estado, a exemplo do Maranhão, que registrou o maior recuo do País nos cinco primeiros dias após o anúncio – uma redução de R$ 0,28”, aponta Douglas Pina, diretor-geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil.
De acordo com a análise por Estado, a gasolina comercializada nos postos do Mato Grosso do Sul é diferente do comportamento apresentado no Maranhão, comercializado a R$ 6,03 e sendo o único a apresentar aumento após a redução anunciada nas refinarias, além de apresentar o menor aumento entre todos os Estados durante o período (R$ 0,005).
Os Estados a liderarem o ranking com a maior redução no preço médio da gasolina, em seguida do Maranhão, foram: Pernambuco e Piauí, com redução de R$ 0,22 e média de R$ 6,32 e R$ 6,36, respectivamente, e Sergipe, que apresentou recuo de R$ 0,20 e preço médio de R$ 6,13.
O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log, que administra 1 milhão de veículos, com uma média de oito transações por segundo.