Após crise no setor de casamento, Itália oferece 2 mil euros para noivos se casarem na região de Roma

Para tentar agitar o mercado de casamentos e diminuir a crise causada durante a pandemia de Covid-19, o governo da região de Lácio, onde fica Roma, definiu um projeto com o objetivo de atrair e incentivar casais a realizarem celebrações na Itália.

A ideia? Reembolsar em até 2 mil euros (cerca de R$ 11 mil) os noivos que decidirem se casar nas cidades da região.

Chamado de “Nel Lazio com amore”, o projeto foi aberto em fevereiro deste ano com 10 milhões de euros do Fundo Nacional de Apoio às Atividades Econômicas Afetadas Pela Emergência Epidemiológica, segundo o edital divulgado pelo governo da região.

Quais são as condições?

Conforme o edital, as inscrições podem ser feitas até 31 janeiro de 2023 através do site do governo.

Poderão receber o reembolso tanto casais italianos quantos estrangeiros que se casarem ou se unirem civilmente em cidades da região de Lácio entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2022.

O edital ainda informa que um dos requisitos para conseguir receber o dinheiro é que os noivos contratem para a festa serviços ou produtos de empresas da região. Cada casal pode solicitar o reembolso de até cinco despesas.

Com isso, entre os serviços reembolsados estão:

  • Compra de lembrancinhas de casamento;
  • Aluguel de carro para cerimônia;
  • Compra de vestido e acessórios formais (noivo ou noiva);
  • Arranjo floral;
  • Serviços de refeições (máximo 700 euros);
  • Serviços pessoais relacionados ao dia do casamento, como penteado e maquiagem;
  • Lua de mel (máximo 700 euros);
  • Aluguer de salas e locais para cerimônias e banquetes;
  • Serviços de gravação de vídeo e livros fotográficos;
  • Serviços de animação, entretenimento, espectáculos;
  • Serviço de planejador de casamentos;
  • Compra de alianças de casamento;
  • Impressão de acervos.

E se a despesa for menor?

A contribuição do governo tem um valor máximo de 2 mil euros para cada casal que reunir os requisitos indicados no anúncio. A quantia não poderá ser ultrapassada.

Contudo, se as despesas documentadas forem inferiores, o reembolso deverá ser igual ao valor do que foi gasto.

Veja os principais requisitos

  • O casamento deve ocorrer entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2022. Por isso, não pode ser realizado no período entre 14 de dezembro de 2021 e 31 de janeiro de 2023;
  • Os serviços não podem ser feitos por meio de e-commerce (compra online);
  • As contratações devem ser feitas com sistemas rastreáveis (transferência bancária ou pagamento eletrônico);
  • O casal deve cumprir a legislação tributária, documentada por meio de faturas, recibos ou documentos contábeis que demonstrem o tipo de despesa e sua relevância para o casamento ou união estável;
  • O casal deve apresentar justificativa compatível com as atividades para as quais o reembolso é concedido;
  • O casal deve comprovar os pagamentos das despesas por transferência bancária com valor idêntico ao solicitado.

Queda do número de casamentos

A pandemia de coronavírus provocou uma queda acentuada do número de casamentos e divórcios na Itália, uma tendência registrada há alguns anos, segundo balanço prévio publicado no dia 18 de fevereiro de 2021 pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat) e divulgado pela agência France Presse.

De acordo com os dados, no primeiro trimestre de 2020, os casamentos caíram aproximadamente 20% com relação ao mesmo trimestre de 2019. Os processos de separação e divórcio caíram entre 11 e 20%, afirma o Istat.

No segundo trimestre de 2020, mais afetado pelo coronavírus e pelas restrições, foi registrado uma queda de 80% dos casamentos em um ano e aproximadamente de 60% para separações e divórcios.

A tendência observada antes do início da pandemia se confirmou: nos últimos anos, os italianos se casaram cada vez menos enquanto a média de idade dos cônjuges aumentou.

A agência France Presse também divulgou que foram celebrados 184 mil casamentos na Itália em 2019 contra os 246 mil de 2008, uma queda de aproximadamente 25%, conforme os dados do Instituto Nacional de Estatística.

Fonte: g1