Sinte decide manter greve dos professores por tempo indeterminado

Os professores de Natal decidiram, na última quarta-feira (20), manter a greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam o reajuste do piso salarial em 33,24%, determinado por lei. A paralisação já dura quase um mês e vai contra decisão judicial, que determinou o fim da paralisação dos professores. Sem negociação sendo discutida no momento, os professores definiram uma agenda de atividades de greve para a próxima semana, como um acampamento em frente à Câmara de Vereadores de Natal.
No começo do mês, a Prefeitura entrou na Justiça por meio da Procuradoria-Geral do Município (PGM) para obrigar a categoria a voltar para as salas de aula. No dia 8, uma decisão judicial acatou o pedido e determinou a retomada das aulas, o desconto dos salários dos professores que participaram da greve e uma multa diária de R$ 10 mil ao sindicato e seus dirigentes para cada dia de descumprimento. A justificativa do desembargador Virgílio Macedo era de que a greve se configurava como ilegal e representava risco para os estudantes da capital.
Apesar da decisão, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte) decidiu manter a paralisação. A advogada Sylvia Dutra, assessora jurídica da entidade, ficou de entrar com um recurso para tentar provar a legitimidade da greve, mas segundo o Sinte, ainda não houve diálogo entre ela e o desembargador. A expectativa, ainda de acordo com o sindicato, é que a conversa aconteça na semana que vem.
Uma programação foi definida pelo Sinte em assembleia, contando com atividades como acampamento em frente à Câmara Municipal e atos em frente à Secretaria Municipal de Educação (SME) e em uma avenida da Zona Norte de Natal. A agenda está prevista para ocorrer ao longo da próxima semana.
Estimativa divulgada no início do mês mostrou que a rede municipal de ensino em Natal tinha 28.497 crianças sem aulas e 83 unidades de ensino afetadas devido à paralisação. Desse total, 17 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) funcionavam parcialmente, o que afetava 6.596 crianças, ou 43,96% dessa faixa de idade. Das escolas de ensino fundamental, 63 funcionavam parcialmente e três estavam totalmente paradas, impactando assim o ensino de 21.901 estudantes, ou 54,52% deles.
Sem nenhuma paralisação, estavam em funcionamento apenas seis escolas do ensino fundamental (8,33%). Com todas unidades abertas, 57  CMEIs (77,03%) funcionavam com 100% dos servidores. Os dados foram coletados pelo Departamento de Gestão Escolar da Secretaria Municipal de Educação.