O Rio Grande do Norte pode ter a primeira mulher transgênero ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2023. Com pré-candidatura anunciada para as eleições deste ano, Thabatta Pimenta (PSB) pode ser a segunda trans eleita deputada estadual no Brasil e a primeira no Nordeste.
“Ter esse espaço na Assembleia vai ser representativo e histórico. Vamos ser inspiração para outros estados da nossa região e mostrar que as minorias potiguares podem fazer história”, disse a pré-candidata, que já vem marcando a história do estado desde 2020.
Thabatta Pimenta foi a primeira trans eleita vereadora no RN. Nas últimas eleições, ela recebeu 267 votos e ocupou uma das nove cadeiras na Câmara Municipal de Carnaúba dos Dantas, cidade localizada na região Seridó potiguar. Caso eleita deputada estadual, ela promete continuar dando voz e lutando pelos direitos das minorias, dessa vez em todo o Rio Grande do Norte.
“Não é sobre mim. É sobre nós, as minorias, finalmente termos voz. Muitos políticos se dizem aliados de todas essas pautas, de todos os recortes da nossa sociedade. Mas nem todos lembram desses corpos, dessas vidas, quando chegam ao poder. Então chegou a hora de ter uma voz das minorias na Assembleia Legislativa do RN; uma voz que fale de verdade pelas pessoas com deficiência, pelas mulheres, por toda a comunidade LGBTQIA+, pelas pessoas pobres, de periferia, por tantos povos que estão sendo silenciados a cada dia. Nosso estado só vai conseguir avançar com uma voz com um olhar mais humano para todas essas pautas”, disse a pré-candidata.
No entanto, apesar de levantar bandeiras, Thabatta afirma que também luta por pautas de toda a população. “Eu não falo só pela comunidade LGBTQIA+, mas por outras pautas, como a saúde, por exemplo. As pessoas estão conseguindo ver que meu mandato vai além dessas letras. E eu quero levar o nome do nosso estado para todo o Brasil”, afirmou.
Pioneirismo
A primeira mulher trans eleita deputada no Brasil foi a recifense Erica Malunguinho (PSOL), eleita em 2018 no estado de São Paulo. Ela será candidata a deputada federal neste ano e pode ser a primeira mulher trans no Congresso Nacional em 2023.
“Estamos vivenciando um momento histórico que demanda uma nova redemocratização do Brasil, real e profunda, sem que ninguém fique para trás. Esse recomeço deve partir de um princípio iniciado há séculos, com a movimentação dos povos marginalizados, nossos ancestrais, que nunca se conformaram com essa posição”, afirmou a deputada nas redes sociais.