O Rio Grande do Norte agora conta com um aparelho de ressonância magnética inédito na América Latina. A máquina Signa Prime, em operação desde janeiro no Instituto de Radiologia de Natal (IRN), tem capacidade para realizar de 25 a 40 exames diários, com processos de diagnóstico mais precisos e sustentáveis. O aparelho é apenas o segundo em operação no mundo.
Segundo o médico Felipe Maciel, diretor no IRN, o equipamento traz mais conforto para o paciente e acaba com algumas dificuldades na realização do exame. “Conseguimos um diagnóstico muito preciso com a máquina e ela auxilia, por exemplo, em casos de pacientes que tremem durante o exame. Essa ressonância tem um software chamado Propeller que lida com o movimento que pode atrapalhar a aquisição da imagem”, explica.
O exame é indicado para investigar diversas enfermidades como Alzheimer, câncer e esclerose, além de auxiliar inúmeros diagnósticos médicos através de imagens de ossos, órgãos e tecidos em alta resolução. Com o equipamento, a ressonância que demorava entre 20 a 30 minutos pode ser realizada em dez, aumentando a capacidade diária do Instituto para 25 a 30 exames em um dia comum, podendo ser estendida para 35 a 40 a depender da demanda dos pacientes.
O investimento realizado pelo Grupo Fleury, que adquiriu o Instituto em 2018, foi motivado pela grande demanda em Natal. O médico Edgar Rizzatti, diretor executivo do Grupo, falou sobre o assunto com a reportagem. “Estamos em quase 300 unidades de atendimento no Brasil e uma das que mais atende pacientes é a unidade do Instituto de Radiologia, no bairro de Tirol. O mercado de saúde privada no RN tem 600 mil beneficiários e 400 mil estão na região metropolitana de Natal. É uma praça importante que tem uma comunidade médica que sabe apreciar tecnologia, com vários radiologistas de referência”.
Com o equipamento, pacientes que possuem clipes cirúrgicos ou próteses de ortopedia metálicas também conseguem obter um bom exame de imagem, algo que não é possível em outros aparelhos de ressonância magnética. Um software de supressão metal permite esse avanço. “Com esse software, com essa ressonância, você consegue um diagnóstico preciso. Isso, para a área de ortopedia, é um avanço gigantesco”, comenta o diretor Felipe Maciel.
Para a neurologia, onde a ressonância é muito utilizada para diagnósticos como Alzheimer, a Signa Prime apresenta um mecanismo de sequências avançadas que permite um estudo mais preciso sobre doenças degenerativas. Pessoas com doenças de próstata ou mama também podem ser beneficiadas pelo exame, já que a ressonância abarca uma faixa de pacientes onde não se consegue localizar a lesão, facilitando a posterior realização de biópsias com maior precisão.
A máquina também ocupa menos espaço, é mais silenciosa e ergonômica. Através da tecnologia utilizada, as imagens dos exames podem ser feitas de forma mais acelerada do que modelos anteriores e com maior qualidade de resolução. “Tudo isso corrobora com o fato do equipamento trabalhar em função do paciente, trabalhar para um diagnóstico em que o paciente tenha o máximo de conforto e sobrevida possível”, falou Felipe.
Diferencial ecológico
Para além dos avanços e benefícios para médicos e pacientes, a Signa Prime também consome menos energia e gás hélio, aspectos que diminuem o impacto ambiental causado pelo seu funcionamento. “Esse equipamento tem algumas vantagens do ponto de vista ambiental que para nós do Grupo Fleury é algo muito importante. Temos um grande compromisso com a sustentabilidade. Nesse contexto, o equipamento opera com um consumo reduzido de hélio em 70%, que é um recurso não renovável utilizado pela ressonância magnética, e seu consumo de energia é menor em até 25% quando comparado as demais máquinas”, pontua Edgar Rizzatti.
“A ressonância magnética, diferente de outras máquinas, não usa radiação ionizante. Ela cria um campo gravitacional dentro da sala e o hélio é fundamental para isso. O consumo de hélio em uma máquina comum é grande, não sei precisar os metros cúbicos, e esse material é transportado em caminhões desde São Paulo. Além de ser muito bom o fato de não consumir tanto hélio, também diminui a frequência dessa logística de transporte”, explica o diretor Felipe Maciel, que trabalha diretamente com o novo equipamento.
De acordo com a fabricante GE Healthcare, que fornece serviços e tecnologias médicas, o hélio líquido não é apenas caro e difícil de ser re-aproveitado mas também está se tornando escasso. Portanto, a Signa Prime foi desenvolvida com um reforçado gerenciamento de criogenia, que conserva o hélio por meio de instalação inteligente, operação clínica e manutenção, diminuindo sua pegada ecológica.
Fácil e eficiente
Instalada no final do mês de janeiro, o IRN tem a sua disposição o primeiro equipamento do tipo na América Latina e segundo no mundo. A máquina também possibilita monitorar e fazer a aquisição de imagem do paciente atual enquanto o sistema processa as imagens do anterior. Desse modo, o diagnóstico por imagem é realizado mais rapidamente, algo que pode ser um diferencial no quadro clínico dos pacientes.
“Quando eu soube da aquisição, disse até em tom de brincadeira que ganhamos um presente de Natal. A máquina poderia estar em São Paulo, Rio de Janeiro ou Manaus, mas veio para Natal. Isso confirma o compromisso que o Grupo Fleury tem em manter a qualidade do serviço no Instituto de Radiologia”, finaliza o diretor do local.