O funcionário de uma concessionária de veículos de Natal foi demitido por justa causa por se aproximar de uma colega de trabalho, dar um tapa nas nádegas dela e fazer um elogio considerado impróprio contra a trabalhadora. A ação foi flagrada por câmeras de segurança do estabelecimento.
A demissão, por justa causa, foi confirmada na última sexta-feira (18) pela Justiça do Trabalho. O caso foi parar nos tribunais porque, além de funcionário da concessionária, o homem é dirigente sindical – o que lhe dá estabilidade no emprego, exceto por faltas graves.
O homem, que terá a identidade preservada nesta reportagem, era conhecido no local de trabalho por “João de Deus”. Segundo pessoas que trabalhavam com ele, o funcionário tinha este apelido porque assediava colegas de trabalho – com toques, massagens nas mãos, perguntas impróprias (como questionar se é solteira) e elogios ao corpo das mulheres.
Segundo o relato de testemunhas à Justiça, não foi a primeira vez que o homem assediou colegas de trabalho. A mulher que levou o tapa nas nádegas já havia, inclusive, reclamado dos comentários feitos pelo homem pessoalmente e nas redes sociais.
Uma funcionária da loja chegou a relatar em depoimento que, quando a mulher chegou para trabalhar na loja, foi abordada por “João de Deus”, que sugeriu a ela abrir uma conta no site Only Fans – plataforma onde homens e mulheres publicam fotos e vídeos íntimos em troca de dinheiro.
O estopim foi o dia em que ele se aproximou, deu um tapa nas suas nádegas dela e falou: “calça nova!”. A mulher estava ajeitando a roupa quando foi assediada. Neste momento, a mulher procurou a direção da concessionária, que abriu um procedimento para apurar o fato e identificou que câmeras flagraram o momento da má conduta.
À Justiça, o homem justificou que tocou “apenas” no quadril da mulher, “sem malícia ou cunho sexual”. Ele reconheceu que fez uma “brincadeira, talvez de ‘mal gosto’ ou ‘mal educado’, mas nunca com conotação sexual ou assediador”.
Testemunhas arroladas por ele minimizaram as brincadeiras, mas disseram que o homem tinha o costume de “massagear” colegas de trabalho. Sobre “João de Deus”, essas testemunhas disseram que o apelido foi aplicado porque o homem tinha semelhança com o médium, condenado por abusar sexualmente de fiéis.